A DIFÍCIL ARTE DE CONVIVER

Como a grande maioria das pessoas, reajo a críticas quanto à exposição de ideias relevantes, aspirações e interesses, inclusive. Mas críticas civilizadas, bem-intencionadas, legítimas, eu aceito e sem elas ninguém pode realmente evoluir, goste ou não goste. Muita gente se ofende, mesmo assim. No trabalho, não muitas vezes, mas em algumas oportunidades no decorrer da vida, já tentaram me tirar do ar e me colocar na geladeira, no mínimo. Quase sempre de modo sorrateiro, sem a coragem do cara a cara. Invariavelmente procurei colocar em pratos limpos ou reagir na justa medida, o que faço até hoje com qualquer um. Quando a coisa é mais sutil, também sou indireto e liso. É questão de saber “jogar o jogo”. O mundo é redondo e a vida dá muitas voltas. Não sou vingativo e consigo perdoar facilmente, desde que haja evolução claramente positiva, mas jamais esqueço, ainda que não fique ruminando malquerença. Desculpo alguns comportamentos não tão amigáveis de uns poucos, pois meu estilo mais veemente e incisivo pode eventualmente suscitar desconforto, quem sabe até certa emulação. É defeito meu, por um lado, mas autenticidade, por outro. Não sou naturalmente o dono da verdade, mas detesto os “bifaciais”, gente de duas caras, com quem às vezes temos de conviver. Aí, o pau come. Uma das coisas mais mesquinhas e revoltantes na vida, em sociedade ou no trabalho, é aquele tipo que “puxa o tapete” e te apunhala pelas costas. E se diz amigo. Não estou fazendo qualquer desabafo, embora tenha encontrado algumas figuras deste naipe, apenas considerações sobre fatos que vocês também conhecem ou já experimentaram e, assim, trocamos ideias e firmamos convicções comuns. Que os mais jovens se previnam, inteligentemente! Isto não ocorre apenas na política ou no mundo dos negócios. Creio não ter lembrança má de meus relacionamentos afetivos, amigáveis ou profissionais com mulheres, mas não posso dizer o mesmo de todos os meus relacionamentos profissionais com homens. Sorte com elas ou, quem sabe, maior tolerância minha. Agora, os chatos e as chatas realmente não têm solução. Se der, é preciso ser, com eles, mais chato ainda.