O PODEROSO CHEFÃO

Mais uma vez, desta feita pelo NET NOW, a preço de liquidação, assisti aos três filmes do O PODEROSO CHEFÃO. Já havia lido duas vezes o livro. Pode ser que certa amiga tenha acertado quando disse não entender como os homens curtiam tanto esses filmes. É que retratam uma época dura e complicada, na Itália e nos Estados Unidos da América, no pós-guerra, quando era o homem o chefe e responsável pela família, provedor, defensor e guerreiro, cabendo-lhe basicamente o papel de conquistar e proteger território e zelar pelo bem-estar das mulheres, velhos e crianças, que, portanto, dependiam de sua garra, determinação, força, dedicação e sabedoria. A extrapolação era inevitável. Já no último filme, existe uma dose mais importante de atenção à jovem filha de Michael, mas já era, creio, 1979. De qualquer modo, as agruras e belezas das relações foram bem apanhadas. A trilogia contém relevantes “ensinamentos” políticos e sociais e mostra claramente a razão do poder da “Cosa Nostra”, fenômeno que ainda hoje se percebe nas comunidades em que não há presença de Estado e onde não funciona eficazmente a Justiça. Grandes atores, excelentes performances e muito realismo nas atitudes e procedimentos. São filmes fortes, possivelmente agradem mais os homens, mas refletem um naco fundamental da nossa história, até hoje, eu diria. A argúcia dos líderes é extraordinária e explica a razão de terem chegado à condição de Padrinhos.