RECOMENDAÇÕES PARA APOSENTADORIA

Alguns amigos e conhecidos na faixa dos quarenta, até cinqüenta anos, autônomos ou empregados de organizações privadas têm me questionado a respeito de alternativas para a aposentadoria. Não são pessoas com altos ganhos, ao contrário. Entendo que é uma preocupação de grande parcela de trabalhadores. Não vou entrar em especulações sobre rumos da reforma previdenciária e nem vou me ater na aposentadoria do funcionário público, ainda que algumas ponderações possam ser pertinentes. Sem preocupação tecnicista ou presa a detalhes, vou procurar contribuir com algumas recomendações genéricas. Apesar da grande relevância do INSS para a vida do aposentado, para alcançar um valor expressivo é preciso contribuir por longo tempo sobre um relativamente elevado valor básico de contribuição, o que não é comum para quem não ocupa, por exemplo, altos cargos empresariais. Portanto, no geral, o trabalhador irá receber uma aposentadoria bem aquém da remuneração e vantagens da ativa. Se a pessoa tiver dependentes, poderá enfrentar dificuldades, sobretudo hoje em dia, com o aumento da expectativa de vida, além de sua pensão por morte ser ainda menor. Se houver na empresa uma fundação de previdência fechada, tem de contribuir e tentar o máximo ganho, o que não é muito fácil, pois dependerá de seu nível remuneratório e tempo de contribuição, sendo que não serão baratas as contribuições necessárias, embora, para os mais jovens, não devam pesar tanto. Mas não são muitas as empresas com fundações sadias e bem geridas. As grandes empresas possuem. Bem, existem também outros planos interessantes de aposentadoria, em que qualquer um pode aplicar seus recursos. Numa empresa sólida e confiável, pode ser boa poupança para quem inicia mais cedo. De qualquer modo, se a contribuição não for alta ou se não tiver iniciado cedo, o recebimento também não será tão expressivo para assegurar o mesmo padrão de vida. Mas é importante e recomendável, sem ingressar em detalhes técnicos. Tudo vai sempre depender dos valores que o indivíduo avalia que irá precisar para viver bem. É questão de planejamento e adaptação. O ideal é que a pessoa tenha disciplina financeira e, além de tudo isto, consiga poupar nos momentos favoráveis. Haverá ingressos de uma remuneração extra, de uma boa venda, de um bom negócio, de um trabalho adicional ou de uma herança. Este é o momento do salto de qualidade: uma aplicação em CDB com taxa plena e mesmo a compra de um imóvel bem escolhido que possa render aluguel ou ser objeto de venda vantajosa no futuro. Melhor do que comprar um belo carro novo. Não se aposentar com dívidas ou compromisso com filho em universidade paga, por exemplo. E que resida em imóvel próprio e quitado. É difícil? Não, é só trabalhar mais um tempo e tocar a vida como tanta gente. Uma aposentadoria que não traga tranqüilidade é pior do que o mais estressante trabalho. Afinal, trabalhar é o normal. Nunca tive pressa em me aposentar. Aliás, aposentei-me definitivamente aos 68 anos e desde os 65 já estava aposentado por idade pelo INSS. Parei apenas porque podia fazê-lo.