Retornar é Preciso VII

Hoje, o leitor visitará Montmartre, fará um passeio pelo rio Sena, contemplará a Torre Eiffel e conhecerá uma parcela, embora mínima, do Museu do Louvre. Esta narrativa não esgota o conhecimento a esses maravilhosos lugares, todavia, lhe propiciará agradáveis momentos em viagem patrocinada pela rude pena deste ousado escriba, que tanto lhe preza. Boa leitura!

Montmartre

Estivemos na Praça do Tertre, situada a 130 metros de altura, localizada no bairro Montmartre, denominação possivelmente instituída em homenagem ao deus Marte ou atribuída aos mártires cristãos torturados e mortos no local por volta do ano 250.

Placa comemorativa dos 600 anos de existência da Praça do Tertre, exposta em 1966 em parede de um prédio da localidade, dá conta de que o famoso logradouro fora inaugurado em 1366. Todavia, estudiosos contestam essa data, considerando a existência daquele logradouro a partir de 1635.

Na época Medieval, foi instalado no local um pelourinho destinado à exibição e castigo de criminosos. A última execução data de 1735.

No dia 15 de agosto de 1534, na capela de Saint-Denis, localizada na igreja de Santa Maria, em Montmartre, Inácio de Loyola e outros companheiros seus fizeram votos de castidade e de pobreza, colocando-se à disposição de Sua Santidade, o Papa, para serem enviados aonde houvesse necessidade de evangelização.

Inácio de Loyola nasceu em 31 de maio de 1491 e faleceu em Roma, no dia 31 de julho de 1556. Foi fundador da Companhia de Jesus. Como teólogo, jesuíta e missionário católico, exerceu suas atividades religiosas na Itália, Espanha e Jerusalém. Loyola foi canonizado pelo Papa Gregório XV, em 15 de agosto de 1534.

Montmartre é um bairro boêmio, celeiro de artistas da mais simples a mais complexa especialidade. Exímios profissionais da pintura, do desenho e da caricatura dividem espaço com outros artífices de características assemelhadas. O espaço físico da praça é ocupado por stands e barracas que vendem lembranças adquiridas pelos turistas para recordarem as visitas à Paris.

Dizem que não conhecerá Paris, aquele que não for a Montmartre para ver as obras de artistas contemporâneos, expostas em ruas estreitas e bem arborizadas, frequentar restaurantes e deliciar-se com "un bon vin rouge". Concordo plenamente! De lá, trouxemos como recordação uma tela de minha netinha Isabelle, pintada a grafite na Praça do Tertre. Uma perfeição!

O bairro tornou-se famoso desde 1860, quando se transformou em ponto de encontro de artistas e intelectuais, figuras ilustres de então. Eis os nomes de consagrados pintores que frequentavam o local: Edgar Hilaire Degas, Paul Cézanne, Oscar Claude Monet, Pierre Auguste Renoir, Vincent Willem van Gogh e Ferdinand Victor Eugène Delacroix.

Em Montmartre, visitamos a Basílica do Sagrado Coração, (Sacré-Coeur), concluída em 1889, em pedra château-landon, material que, em contato com a água da chuva, verte uma substância calcária branca, dando ao edifício um aspecto permanente de alvura.

Exceto os netinhos Raphael e Isabelle, e seus amiguinhos Eric e Bia, nosotros já conhecíamos a basílica internamente. Ela mede 85 metros de comprimento, 35 de largura e 83 de altura. No seu interior, encontram-se representações do Sagrado Coração, de Santa Joana d´Arc e de São Luís, obras que enriquecem o patrimônio artístico e cultural da França.

Do pátio da basílica, avistamos Paris, fulgurante, em toda sua grandiosidade, convidando-nos para um encontro inesquecível. Como evitá-lo? Impossível!

Passeio pelo rio Sena

Realizamos inesquecível passeio pelo rio Sena, em cujas águas navegam dezenas de embarcações lotadas de turistas das mais variadas partes do mundo, ávidos por descobrirem Paris e por conhecerem os históricos edifícios perfilados às margens do Sena. Alguns desses barcos pertencem à empresa criada por Jean Bruel, em 1949, que adotou o nome Les Ba-teaux-Mouche para lembrar os transportes de mercadorias no século XVIII.

Torre Eiffel

Visitamos a magnífica Torre Eiffel, símbolo que enaltece Paris. O Cristo Redentor, no Rio de Janeiro; a Estátua da Liberdade, em Nova York; o Coliseu, em Roma; as Pirâmides, no Egito; e o Taj Mahal, na Índia rivalizam com esse expressivo monumento, erguido graças à genialidade de arquitetos e construtores da estirpe de Gustave Eiffel, que a planejou e a pôs de pé no distante em 1889. Há quase 130 anos!

A Torre Eiffel é composta de dezoito mil peças metálicas, unidas por dois milhões e quinhentos mil rebites. Seu peso de dez mil toneladas é suportado por quatro grandes pilares de concreto. Durante a visita, fotografamos à larga.

Do alto de cada um de seus três estágios, tiramos fotos das deslumbrantes vistas panorâmicas da Cidade-Luz, livres de quaisquer obstáculos.

Museu do Louvre

Estivemos no maior e mais visitado museu do mundo, o Louvre, em cujas dependências encontra-se albergado extraordinário acervo histórico, com idade de até 11 mil anos.

Que compromisso difícil, este a que me proponho: descrever, mesmo minimamente, a visita que fizemos ao Louvre. A tarefa não será fácil. Para dar conta do recado, exercitarei a memória, buscarei informações em apontamentos, reverei fotografias e serei coadjuvado por pesquisas ulteriores que me possibilitarão oferecer ao leitor um relato mais fiel possível.

Por três oportunidades, adentrei as dependências daquele magnífico templo das artes para conhecer uma ínfima parcela dos 38.000 itens de suas magníficas obras, algumas oriundas da pré-história, distribuídas por 72.735 m².

O Louvre dispõe de obras do Antigo Oriente, do Egito, da Grécia, de Roma, da Idade Média, do Renascimento ocorrido na Itália, na França e em outras regiões da Europa.

A caminhada foi árdua, porém proveitosa. Nossos netinhos, seus pais e amigos ouviram as explicações sobre as obras ali expostas, mediante uso de fone de ouvido, com a narrativa expressa em inglês. A Matilde e eu obtivemos as informações por outros meios de comunicação, acessíveis aos menos instruídos na língua de William Shakespeare.

Citarei apenas algumas das obras contempladas no Museu do Louvre, mais para efeito de ilustração do que, propriamente, para atingir um número maior de citações, o que seria interessante, embora despropositado para esta empreitada. São elas:

Escultura de Afrodite, a Vênus de Milo, descoberta por um camponês, em 1820, na Ilha de Milo;

Tela da Virgem e o Menino com Santa Ana, produzida entre 1501 e 1513, por Leonardo Da Vinci;

La Gioconda, também conhecida por Mona Lisa, de autoria de Leonardo Da Vinci, que a presentou ao mundo ao concluí-la em 1506, e a mim, em 5 de julho de 2018, quando adquiri nas dependências do Louvre uma cópia bem elaborada, hoje exposta com destaque no hall de entrada de minha casa;

Tela de autoria de François Dubois, retratando o Massacre de São Bartolomeu. O autor descreve com seu versátil pincel o conflito entre católicos e protestantes, ocorrido em 25 de agosto de 1572;

Escultura de O Escravo Moribundo, de Michelangelo, esculpida entre 1513 e 1515;

As Bodas de Caná, tela produzida por Veronese, de 1562-1563;

A Morte da Virgem, tela de 2,30 por 2,45 metros, pintada por Caravaggio, adquirida por Luís XIV, em 1671;

Tela de Eugène Delacroix, denominada A Liberdade, retratando Joana D´Arc guiando o povo francês, em 28 de julho de 1830, por ocasião da Revolução Francesa...

E muito mais vimos, extasiados! Móveis épicos e estilosos, repletos de história, bem distribuídos por diversos salões.

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Por hoje, é só. Até o final da semana, você lerá outra parcela da décima narrativa de minhas viagens internacionais. Reconheço que esteja ansioso por conhecer um pouquinho do Museu D´Orsay, Mont Saint Michel... De vagar chegaremos lá. Aguarde!