MULHERES

Fico intrigado ao ler certas reportagens sobre mulheres de quase ou mais de cinqüenta anos, que posam de biquíni, têm o corpo sarado ou são muito bem conservadas, em ótima forma, notadamente artistas. Talvez nos meus trinta anos pudesse me impressionar. Tirante Bruna Lombardi, dando show de bola aos 66 anos de idade, são ainda jovens e saudáveis representantes do sexo oposto que se cuidam um pouco mais. Já faz algum tempo que se observa o agradável fenômeno. Há certas mulheres com setenta anos bem vividos namorando gente muitíssimo mais jovem. Se você acha legal ou não, é outra coisa, cada um vive como quer e pode. O futuro a Deus pertence e ninguém é necessariamente modelo de vida para ninguém. Ponto. Também não estou fazendo uma ode à beleza física, há mulheres bonitas de vários modos. Eu sempre disse, por exemplo, que o olhar, o movimento, a fala, o jeito, o espírito têm tanta importância quanto outros tradicionais e decantados atributos femininos. O que assinalo é que, neste novo mundo, nada mais surpreende tanto como nos idos tempos, só para os inapelavelmente preconceituosos, que se fixam no calendário, nas rugas ou celulite. Quem mais observa celulite, aliás, é a própria mulher. Ainda que a sexualidade esteja despertando mais cedo do que no passado em nossas garotinhas, é um mundo reservado e próprio até 17 ou 18 anos, no geral. A partir de então, gradualmente, podem os interesses rolarem em alguma faixa de competição, mas não é comum. Uma grande novidade relativamente hodierna é a quantidade de compromissos e separações, que ocorre dos vinte e poucos aos setenta e alguns. É o que torna o mercado competitivo e diversificado, se me permitem a expressão corriqueira. Quanto aos homens, sei lá, prefiro ler análises femininas, inclusive para entender melhor algumas queixas.