SEXO

Tanta gente escreve e fala sobre o assunto, que, realmente, já se tornou um tanto cansativo, mas sexo é a mola mestra da humanidade (e da animalidade), que nunca sai da cabeça. Ao menos da cabeça. Isto aqui é apenas uma crônica, não um estudo ou uma tese. No meio em que vivi, na Capital ou no interior, considerando a maioria esmagadora dos meus conhecidos, homem gostava de mulher e mulher de homem. Alguns guris cometiam uma besteira aqui outra ali, inclusive, muito eventualmente, com animais, mas eram casos muito raros e funcionavam tipo masturbação à moda rural. Nada mais grave para as circunstâncias da época. As mulheres, pela formação, sempre foram diferentes. Homossexuais masculinos e femininos sempre existiram, em pequeno número, muitos certamente ainda escondidos no armário, pois eram tempos rigorosos. Infelizmente. A bissexualidade sempre me pareceu uma anomalia daquela pessoa homo, que precisava de alguma solução social ou lúdica plausível. Apesar da moda atual avassaladora, ainda acho um desgoverno e abuso distorcido de prazer uma pessoa curtir homens e mulheres. Se for homossexual, tudo bem, que se assuma e seja feliz, mas a alternância habitual ou freqüente de gênero me parece fora da casinha, tipo torcer ora pelo Grêmio, ora pelo Internacional, às vezes pelo Bolsonaro, outras pelo Lula. Talvez eu seja mesmo um dinossauro e queira explicar muitas coisas a partir de drogas e da influência existencial dissoluta de certos artistas difundida com estardalhaço e charme. Confesso que já tive um leve preconceito, hoje não tenho mais nesta área. Se você disser que está apaixonada pelo seu formidável cachorro e me convidar para um chope ao meio dia, eu vou, se o cão não for ciumento. Finalmente, com tantos anos de vida, a minha conclusão básica sobre sexo é a de que é sublime e insuperável ato de prazer, quando os envolvidos estão reciprocamente atraídos e dispostos. No mais, serve para a procriação, para cumprir calendário ou render assunto com os amigos ou amigas.