AFINAL, O QUE SOMOS?

Dia 18 de novembro de 1978 assinalou a passagem de 40 anos do suicídio coletivo (ou assassinato em massa) de mais de 900 pessoas, em Jonestown, Guiana, seguidores do Pastor Jim Jones, fundador do TEMPLO POPULAR e regente da barbárie. Minha filha caçula já havia nascido e meu filho tinha cinco anos de idade, de modo que não dá para dizer que é coisa de antigamente. Aliás, em 11 de setembro de 2001, um grupo terrorista da famigerada Al-Qaeda sequestrou aeronaves e as jogou contra importantes prédios nos USA, vitimando quase 3.000 pessoas. Também já mataram um grande Presidente norte-americano, atentaram contra a vida de outro, certo indivíduo tentou assassinar um Papa e até, muito recentemente, no Brasil, houve tentativa de assassinato de um então candidato a Presidente da República. Afinal, o que somos? Claro, a culpa não é minha e nem tua, mas fazemos parte desta alcateia, deste sanatório geral, que não vai melhorar de uma hora para outra. Aliás, será que algum dia vai? Crime racial, homofóbico, religioso, político, clubístico e os tão freqüentes maus tratos aos animais já indicam as imensas dificuldades para o avanço na escalada civilizatória. Não me satisfazem plenamente explicações por fatores econômicos, culturais ou pertinentes à sanidade mental. Creio que ainda existe um buraco negro na alma do homem, que, metaforicamente, justificou sua “expulsão do paraíso”. Vive-se entre o céu e o inferno e tudo é possível na imperscrutável profundeza da intimidade individual. Homens maus têm gestos eventualmente muito positivos e os bons, às vezes, cometem crimes inimagináveis. O importante é que a grande maioria, com todos os possíveis defeitos, ainda consegue pautar-se pelo senso comum, por valores construídos no passado - mediante exemplos de grandeza, desprendimento e sensibilidade - cultivados no presente. Estudar, compreender e prestigiar a História, de um modo geral, talvez seja uma dos mais importantes caminhos a seguir.