FÁBULA ELEITORAL
Havia uma vespa que gostava de armas, canhões e bombas. Sua vida era explodir e gritar e, de dedo em riste, amedrontar marimbondos e abelhas.
E, como toda vespa, gostava de ferroar. Ferroava como se estivesse em guerra!
E ferroava porque é da natureza das vespas, ferroar.
Perto dali, havia uma formiga que gostava de roubar tudo o que ficava pelo caminho!
E carrega daqui e carregava de lá!
E andava e andava e andava. Carregava isso e aquilo. Por que é da natureza das formigas carregar coisas.
Certo dia, as duas se encontraram e brigaram muito! A confusão foi tanta e tanta que outras vespas e outras formigas invadiram aquele sossegado lugar! A confusão era geral!
Foi então que as cigarras, juntamente com os besouros e todos os insetos resolveram fazer uma votação. Escolheriam um lado para permanecer naquele lugar!
Realizadas as eleições, o grupo vencedor achou que deveria fazer uma grande limpeza, de tal modo que nunca mais teriam problemas. Por isso, um grande maquinário foi trazido e o belo monstrengo expelia uma fumaça muito forte!
A fumaça tornou-se tão espessa que não permitia a nenhuma criatura enxergar o que quer que fosse. Voos desencontrados, formigas pisoteadas, enfim, uma tragédia. Todos os insetos sufocados e mortos.
Quando a fumaça se desfez, um silêncio estarrecedor tomou conta do que restava…
MORAL: Há de se ter cuidado com os remédios. Mesmo nas pardas democracias, pode-se, por ingenuidade ou burrice, trocá-los por veneno.