AS CORES DE UMA BANDEIRA
Minha bandeira Nacional, ela tem quatro cores que todos conhecem: Ela é verde amarela azul e branco.
A minha bandeira partidária, tem apenas uma cor, ela tem a cor do sangue, De Chico Mendes, de Dorothy, De Maria e de João e de tantos anônimos Josés, Pedros, Joaquins...Marias, Martas, Meiriele,
Ela tem estampada em sua cor as tantas lutas de portas de fabricas, das cores indígenas, do negro no pelourinho que gemendo sentia na pele a cor vermelhar tingir-lhe o corpo.
A minha bandeira, é a mesma que lutava por liberdade e libertação, nas vozes de zumbi, na revolta dos búzios, no grito de João Cândido, nas dores dos irmãos que padecem nas marquises, enquanto desumanadamente, apenas olhamos, sentimos pena e caminhamos, sem se importar que ali, está um corpo que luta de todas as formas, para defender a sua bandeira, a bandeira da sobrevivência, da lida travada pra vencer cada dia, e repousar (SEJA ONDE FOR), o corpo fatigado por essa tão desigual luta que o afasta e o recolhe ao seu mundo solitário de lamento, tristeza, revolta e dor, onde por vezes tantas a cachaça e a droga lhe serve como alimento d’alma que chorando internamente, já não acumula lágrimas posto que, até a alma, virou um árido solo improdutivo de sonhos.
Ela, (a minha bandeira) continua tremulando, mesmo que os sonhos me sejam por alguns manchados de outras cores, as cores da desonra, do descompromisso com a minha pátria, as cores da força pela ação das vozes de comando que se espalha, semeando entre muitos, o ódio correndo como se fosse enxurradas de insatisfações.
Mas o importante, é que ela tremule e nos traga a esperança e não o retrocesso, para que nos voltemos a nos abraçar e discutir apenas coisas que nos elevem a alma.
Assim, é o Brasil, que eu quero e preciso dividi-lo com todos.;
Carlos Silva