CRER OU NÃO CRER, EIS A QUESTÃO

1. Não creio em nada além da vida biológica, mas curto a fantasia de que o núcleo energético consolidado de nossas vivências e emoções não se desintegre e migre eventualmente para uma realidade virtual, com outra feição e sem comunicação com o atual.

2. Especialmente quando temos descendentes, continuamos vivos neste planeta, seja pela genética, seja pelas ideias semeadas. Então, ninguém morre definitivamente enquanto houver memória.

3. O tempo de vida é um mínimo traço na perspectiva da história humana. Daqui a cem anos, por exemplo, que importância individual poderemos ainda ter, salvo algum saldo de legado genético?

4. Ainda que possível, acho improvável vida semelhante em outro planeta qualquer; nunca acreditei em discos voadores, alienígenas, almas penadas, fantasmas ou no Monstro do Lago Ness, da Escócia. Com todo respeito aos crentes.

5. Creio em certos fenômenos paranormais, mas sou muito mais Padre Quevedo (“Isso non ecxiste!”) do que Uri Gueller (que não é mais “paranormal”, mas vendedor de jóias).

6. Finalmente, por honestidade, declaro que às vezes também rezo.