SAUDADE DA TELEVISÃO

Já tivemos coisas excelentes em nossa TV aberta, como os formidáveis festivais de música popular brasileira ou espetáculos com a Jovem Guarda, programas de entrevistas, interessantes reportagens e, sobretudo, grandes quadros humorísticos, estrelando Golias, Jô Soares, Chico Anísio, Agildo Ribeiro, Renato Corte Real, dentre outros. Até mesmo ótimas novelas, como O Bem-Amado, Roque Santeiro, Gabriela, Dancing Days. Era programação obrigatória para a sintonia com o que havia de bom no plano artístico. Eu curtia até o Chacrinha para falar bem a verdade, especialmente quando o Wando fazia a plateia delirar com o seu “Fogo e Paixão”. A cafonice também tinha seu espaço. Bons filmes eram seguidamente exibidos - muitos clássicos - e havia os imbatíveis Detetives, como Peter Falck, Tom Selleck, Cannon, Kojac, além de James West. É preciso mencionar ainda Viagem ao Fundo do Mar, as Panteras, Hulk, Mcgiver e Viagem Fantástica para enriquecer o cardápio. Hoje em dia, como acompanho quase tudo pela internet, até mesmo telejornais e reportagens perderam muito interesse e valor. No mais, é o maldito BBB, novelas insuportáveis, noticiários repetitivos e vazios, música sertaneja, jogos do Flamengo ou Corinthians, programas de auditório superados e seriados bobos. Enquanto estou no computador, observo que minha mulher acompanha alguns programas de culinária ou decoração de ambientes, relativamente proveitosos para quem gosta. Se você não é muito chegado à leitura e nem frequenta assiduamente a internet, entendo porque prefere dormir cedo, a não ser quando faz ou recebe visita. Pode ser que eu esteja exagerando, mas acho que o que poderia enriquecer as grades de TV - como bons filmes - é empurrado para a TV paga, sempre no afã argentário. E mesmo nas TVs pagas, há porcarias demais. E o povão que se dane com a repetição de filmecos de segunda linha ou qualquer outra invencionice para arrecadar dinheiro e encher linguiça. Não é saudosismo, pensem bem, comparem e concluam.