Desarmamento

Um velho índio descreve, certa vez, os seus conflitos internos:
“Dentro de mim existem dois cães: um deles é mau e cruel,
o outro é muito bom e dócil. Eles estão sempre brigando.
Então lhe perguntaram qual dos cães venceria e ele respondeu:
“Aquele que eu alimentar”.

O início do século XXI exibe um dos problemas mais preocupantes com os quais a sociedade brasileira convive: Segurança Pública. As desigualdades sociais colaboram para a ampliação da violência e a expectativa dos cidadãos, no que diz respeito aos responsáveis pela sua segurança, é ainda maior. Afinal, o próprio povo acabou por ceder, ao Ente Estatal, o seu direito à defesa. Nesse contexto, a assunto corrente é a arma: proibi-la ou mantê-la acessível aos cidadãos? Proibir o comércio de armas será ou não um fator de redução dos homicídios dolosos e culposos?
 
Alguns autores insistem que armar o povo é lhe oferecer condições de defender-se. Suas ideias respaldam-se em moldes internacionais como, por exemplo, o da Suíça. Oras, esse país possui uma história de muitos séculos, construída a partir de guerras revolucionárias concretizadas por cidadãos armados. O lema político a ser levado em consideração era prevenir a guerra através da determinação em se defender; portanto, a independência nacional era sinônimo de cidadão armado. No Brasil, idealizamos uma história de paz e não promovemos o uso das armas.

Para além disso, se nem mesmo alguns policiais possuem capacidade psicológica para portar as armas que lhes são entregues para a defesa da população, imagine-se o povo brasileiro, em sua totalidade, que sobrevive a problemas de ordem primeira, pertinentes à Injustiça Social: falta de alimentação, falta de moradia, falta de atendimento à Saúde, entre outros tantos mais? E, mesmo que afaste esses pensamentos de ordem humanística, afirmo sem medo de errar, que o povo brasileiro não tem preparo algum para viver/conviver armado. Na atual conjuntura, entregar-lhes armas parece-me ficção fantástica, porque imediatamente visualizo um filme de terror, com sangue espirrando para todos os lados.

Sou contra o armamento dos civis em terras nacionais. Ao contrário de armar o povo da nossa Terra, faz-se necessária a Educação e a conscientização para situações aparentemente “bem mais simples” do que o porte das armas. Aliás, o meu pensamento trafega por veredas mais sinuosas, porque considero muito triste (no sentido espiritual) alcançar a liberdade e a paz social sob o estímulo da violência que, para mim, é símbolo de “humanidade desumanizada”. País evoluído é aquele que consegue manter seu povo consciente dos problemas nacionais e mundiais, estimulando-o à resolução das questões relacionadas ao Amor e à Paz universais, ao Desarmamento, à Educação e ao Meio Ambiente.

Os cidadãos do Mundo não interpretam papeis numa tela de cinema; são pessoas reais, que convivem com seres reais. Oro para que os brasileiros lutem rigorosamente, mas sob os auspícios de uma guerra de Fé e Sabedoria, sem armas, que se concretize a partir da conscientização humanística de cada cidadão.

É necessário inaugurar para o século XXI – uma Era de Esperança e Compreensão entre os povos, de Solidariedade e Respeito recíprocos, de Paz e Felicidade – enfim, uma Era abalizada no Humanismo e não uma Era de Guerras Sociais.
 
Utopia? - Pode ser... mas fico com a hipótese da PAZ, que me foi plantada no coração, desde a mais tenra idade, por meus queridos pais.
 
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Rio de Janeiro, 11 fevereiro 2012 às 15:07
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Enviado por Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz em 30/09/2018
Reeditado em 30/09/2018
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