A bruta, o speedeiro e o Pé duro

Crônica 15 de um "Pé duro"

A bruta, o speedeiro e o Pé duro.

Mais um sábado, para muitos, apenas um dia normal, mas para nós do pedal, é mais um dia de aprendizado, evolução e aventura, complementando tudo isso com água e rapadura.

As atividades ciclisticas começaram logo pela manhã, pelos registros fotográficos, vi que foi muito bom, o Pedal da turma do Batom.

Logo mais tarde, os brutos, os galácticos, articularam- se, para um pedal mais pesado, e pelo registro fotográfico teve vagalume que "comprou" fazenda cheia de gado.

Na correria do dia, até pensei em ir com os brutos nesse pedal pesado, mas não foi possível, mas fiz o compromisso de ir em outro ocasião. Afinal um dos sonhos do Pé duro que vos escreve é conhecer e pedalar na tão famosa Trilha do Riozinho e conhecer a tão temida ladeira do céu.

Enfim, nem tudo foi dado por perdido, de repente, indagações foram lançadas ao grupo a respeito de algum pedal sentido Km 27 Altamira/ Marabá, e essa era a minha chance de desenferrujar, já que estava a mais de uma semana sem pedalar.

Imaginei que nesse pedal eu ia padecer eu ia penar, mas saindo de casa, minha Pé durinha, olhou pra mim e disse:

- Pai o senhor vai pedalar?

Eu respondi:

- Sim eu vou pedalar.

Ela pegou na bike e disse:

- Pai quando eu ficar grande, eu vou pedalar com o senhor, tá.

Eu confirmei, com o sorriso de orelha a orelha.

- Mais é claro que sim minha filha.

Depois disso, minha motivação foi às alturas, montei na bike e saí voando pra ir de encontro a minha parceria de pedal.

Chegando no local, seguimos um ritmo normal, creio que íamos na média de uns 25 a 30 km por hora no retão da PRF ( BR 230), batendo um papo e focado no nosso objetivo, passamos por um speedeiro, acenamos para o mesmo e seguimos, após pedalar uns 3 km no retão, o speedeiro nos acompanhou, era nada mais do que o nosso brother Blod, e assim seguimos em trio, não era o trio parada dura, era " a bruta, o speedeiro e o pé duro", pedalando de maneira uniforme em busca de uma qualidade melhor de saúde para o futuro.

E a bruta, tanto conversava, quanto pedalava, o speedeiro, ia tranquilo, ia de boa com seu chassi de grilo, e o pé duro?

Ah o pé duro, também estava energizado, ia pedalando concentrado, ia com o pensamento constante no que a sua pequena havia lhe falado.

E assim pedalaram, pouco se cansaram, quando o vento batia forte, acontecia revezamento, para que nesse pedal em trio, só para um ciclista não houvesse sofrimento.

Muitas idéias trocadas, percebi que o speedeiro quer evoluir, quer representar a categoria, quer sair, quer competir, mas os parceiros da modalidade infelizmente não sabem se unir, e prejudicam a classe com tantos " mi mi mi".

Enquanto isso o Pé duro e a bruta, assim como demais amigos das MTBs, pedalam porque gostam, porque já trazem a vontade de pedalar no DNA desde criança.

Nada contra os amigos e conhecidos das speed's, somos totalmente a favor do avanço e das conquistas de cada um, se for o caso até apoiamos, mas o nosso negócio dos MTBs mesmo é passear, é tirar fotos, é prosear, comer doces e rapaduras em cada pedal.

A bruta, nos mostrou que a força das mulheres está cada vez mais presente nesse esporte, e se alguns camaradas não se cuidarem não treinarem, vão ser atropelados, porque elas estão vindo com tudo.

O speedeiro, me mostrou, que há uma possibilidade do nome do município ser conhecido por essa prática esportiva, mas para isso precisa - se de parceria de investimento.

O pé duro me mostrou... Opa " pera aí" o pé duro sou eu... Enfim eu mostrei pra mim mesmo, que não preciso competir com ninguém, que só preciso mesmo continuar os meus treinos de leve, tirando minhas fotos, fazendo cada vez mais novas amizades e produzindo minhas crônicas ao término de cada pedal, que isso já tá de bom tamanho.

Assim chegamos ao km 27 registramos nossa chegada, bebemos uma água gelada, e voltamos em direção ao ponto de partida, todos inteiros, todos descansados e só o "aço".

Pedalando e conversando, seguindo no retão, a poucos kms da chegada, a bruta pegando o vácuo do pé duro, não pôde desviar de um buraco na pista, buraco esse que é tormento para ciclista, não deu outra, grande batida, resultando nos dois pneus furados, e naquele momento para a nossa amiga o pedal deu- se por acabado.

Antes dela ligar pedindo reforço, sua ajuda chegou e lhe resgatou, e o pé duro seguiu com o speedeiro, para a conclusão de mais um pedal, e assim consegui concluir pouco mais de 50 kms no princípio da noite de sábado.

A bruta, o speedeiro e o pé duro, pedal tranquilo e seguro, fora o imprevisto na bike da companheira tudo deu certo.

E assim os pedais vem acontecendo no coração da Amazônia, a prática esportiva vem crescendo,pessoas e mais pessoas vem aderindo a esse novo hobby, estilo de vida e opção de adquirir uma qualidade de vida física melhor.

Autor: Adriano Serrão

Adriano Serrao
Enviado por Adriano Serrao em 28/09/2018
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