Pedal Vitória do Xingu
Crônica 13 de um " Pé duro"
Pedal Vitória do Xingu
Lembro-me muito bem, que no início do ano, fiz um pedal fora do normal, os amigos disseram que ia ser legal.
Sai de casa às 16:00 da tarde e cheguei às 21:00 horas passando mal.
Desde esse ocorrido, peguei um trauma em pedalar na PA.
Por uns instantes até pensei em parar de pedalar.
Mas não parei, porque vi que não valia a pena. E por não desisti o pedal me ajudou a superar alguns problemas.
Acompanhado a conversa do grupo do pedal, surgiu uma proposta tentadora, tanto quando desafiadora, o mentor da proposta, nada mais é, do que simplesmente e humildemente a LENDA do ciclimo local, desde que acompanho o grupo, um dos meus sonhos enquanto ciclista era poder pedalar com esse grande atleta, grande na voz, grande no coração, grande na humildade e grande tocador de violão.
Proposta lançada, algumas pessoas interessadas, e assim a lista foi ficando recheada.
O que era pra ser simplesmente um treino para a LENDA se tornou na junção de boa parte dos Ciclistas do XINGU MTB/ SPEED. E essa união é o que cativa, que motiva e que impulsiona, cada um sentir o que um bom pedal proporciona.
Logo pensei, que seria necessário separar os homens dos meninos, porque o negócio ia ser pedreira, fazer um bate e volta em Vitória do Xingu, não é para qualquer um. Mas como separar os homens dos meninos, se o pequeno Joãozinho, sendo o mais novinho, tá só aço, voando na pista praticamente sozinho?
Meus caros, não dava em hipótese alguma para separar os homens dos meninos, até porque compondo o pelotão iam três "meninas", voando baixo no asfalto, calçadas em tênis e sapatilhas, substituindo os saltos altos.
Por uns instantes tive o grande privilégio de pedalar ao lado da LENDA e trocar uma idéia com ele, a respeito de que forma se comportar na PA.
Ele disse que o segredo era não se preceptar, era não correr contra o vento e nem se desgastar.
Andar de leve, pegando o vácuo dos que iam mais adiante, porque a volta ia ser pesada em baixo de um Sol escaldante.
Ouvindo atentamente as orientações da LENDA, procurei andar com cuidado, em ritmo tranquilo, menos acelerado.
Daqui acolá dava de ouvir o anfitrião, orientando a moçada a pegar leve, assim o ritmo foi se igualando, e de maneira uniforme, fomos pedalando.
Entre subidas e descidas, pedaladas concentradas nos retoes, chegamos ao destino, todos juntos, homens, mulheres e menino.
E sobre a chegada?
A chegada foi trinfual, chegamos de modo fenomenal.
Na pequena cidade, as ruas e avenidas, ficaram coloridas.
Quase todos os Pé duros, estavam uniformizados.
E não chamar a atenção era algo inevitável.
Lembrando que a idéia de uniformes, foi do nosso amigo Ronildo que não é Logista e sim ciclista e agora também estilista.
Assim, nos apossamos daquela pequena cidade por uns minutos.
Parada pra moçada tomar café, tomar açaí com peixe frito, mas o que eu achei meio esquisito, foi ver a lenda misturar, vários líquidos em sua garrafa e tomar, KKKKK.
Na saída da cidade, pose e mais pose para registro fotográfico.
E pé na estrada até porque estávamos a mais de 40 km do nosso destino geográfico.
E o astro rei?
Ah! O astro rei, foi muito companheiro, não quis aparecer para não nos maltratar com seus raios solares "ultraviolentos".
Tempo nublado, pedal tranquilo e sossegado, pra falar a verdade, quase nem fiquei soado e nem muito cansado.
E assim parti, talvez querendo acompanhar os galácticos, esquecendo eu que sou apenas um Pé duro.
Pedalei, pedalei, pedalei, até que me distanciei.
E os que ficaram para trás, foram essenciais.
Pois um dos vagalumes não estava legal,
Mas em ato de solidariedade houve um apoio fundamental.
Mãos a obra pra dá aquele empurrão.
Mão amiga, pra consertar um pneu furado.
Mãos seguras e pernas puxando forte, pra rebocar o vagalume cansado.
E o vagalume cansado, foi insistente, foi guerreiro e teimoso,
Mas apesar de tudo terminou o seu pedal com sensação de vitorioso.
A união dos amigos, foi muito importante,
Não abandonaram o companheiro em nenhum instante.
Gratidão foi a palavra mais mencionada após o pedal.
Tudo isso, porque cada um vê nessa equipe um apoio incondicional.
Quase chegando em casa, olhei no celular,
Faltavam uns 10 km, para 100 kms eu completar.
Achei que deveria fechar os 100 km, sendo assim entrei na rotatória sentido a PRF, nessas alturas o astro rei já tinha dado o ar da graça e no meu cansaço o pedal já havia perdido a graça. Mas não tava ali pra desistir e nem pensar que não podia fazer os 100 km por conta de "mi mi mi"
Encarei os raios solares "ultraviolentos"
Querendo bater uma meta antiga de pensamento.
E por não desacreditar, e por não desistir de pedalar, consegui chegar ao meu objetivo.
Assim como não desisti, nenhum colega, também não desistiu
O Pedal foi intenso, foi sofrido, mas foi concluído.
E na volta para casa, teve vagalume, que ainda teve o privilégio de descer pedalando a ladeira do Parque de exposição, realizando assim, um sonho que tinha desde a infância.
E ele me disse que toda vez que faz isso, regressa no tempo e volta a ser criança ( meu amigo Max)
LENDA : Tenório
Autor: Adriano Serrão