Três Galácticos e um Pé duro.

Crônica 10 de um "Pé duro"

Três Galácticos e um "Pé duro".

Domingo, dia dos pais, pensei em acordar mais tarde e levantar da cama.

Mas fizeram- me um convite e disseram que o pedal ia ser " bacana".

No dia anterior eu já tinha feito um giro urbano,

E pedalar no domingo não estava nos meus planos. Porém resolvi arriscar, porque grande estava a vontade de pedalar.

As 06:00 da manhã o despertador dispara, e tenho certeza que nesse mesmo horário cada ciclista já se prepara, ou alguns já estavam preparados, para mais um dia de de pedal praticado.

Todos no jeito, partimos então para o pedal que tudo indicava que nao ia ser perfeito. Afinal todos estavam de MTB, tudo indicava que iríamos sofrer. Pedalar no asfalto é fácil, é prático, agora na estrada de chão, com grande elevação, não é pra qualquer um não.

E assim os três Galácticos e o Pé duro, cortaram asfalto... Ah no asfalto tava fácil, só não esperavam o que vinha pela frente nos Kms futuros.

Chegando ao km 18, sentido Altamira a Marabá, entra- se a esquerda, para a estrada de barro pegar. Alí, algo me dizia que o " trem" não ia ser bom, pensei em desistir, inventar uma desculpa e voltar, mas depois pensei, eu vou até onde eles forem, nem que eu chegue por último, parece até que eu já estava prevendo o pedal Rs rs rs rs.

E sobe " ladeira", desce "ladeira", passa por areia, por dentro de lama, e eu arrependido, pensando na minha cama, Rs rs rs rs, só que nessas horas o arrependimento já tinha ido embora, o jeito era fazer o percurso, já que não tinha mais jeito de voltar mesmo. Depois te tantas subidas e descidas, chegamos ao Majestoso Xingu, ali pude tocar na sua água e pedir um pouco de forças para me ajudar a superar os obstáculos do pedal. Tiramos ali alguns "retratos" porque pra mim era de fundamental importância registrar que estava pedalando com três monstros, até porque se eu não registrasse, poderiam dizer que eu não pedalei com os caras e nem que fui a beira do Xingu por esse percurso.

Depois de meio dedo de prosa, montamos na bike e regressamos para pegar um nova rota, novo percurso, segundo nosso amigo Henrique Lopes, disse que esse era um percurso exploratório, e eu pensando que ele era conhecedor do percurso, rs rs rs rs, mas o importante é que tudo transcorreu bem.

Uma vez que pegamos a nova rota, o negócio ficou sinistro, lama até no "meio da canela", e não teve jeito, o barro travou as rodas das magrelas, aí não teve essa de "bruto", todos desceram e empurraram as bikes, fiquei aliviado, e disse pra mim mesmo, se até os Galácticos empurraram a bike, quem sou eu pra não empurrar também. O negócio é que eles só empurraram uma vez, já eu... Ah eu não podia ver uma subida que já descia e empurrava, só pra não perder o hábito, rs rs rs rs.

Com muita luta, sacrifício e sofrimento, sem fingimento eu consegui sair do travessão, enquanto isso os parceiros já estavam na rodovia batendo aquele "papão".

Caminho de volta para casa, e os caras voaram alto, até parece que tinha ganhado asas. E nisso eu fui ficando pra trás, ficando, ficando, até que eles não vi mais. Mas como no pedal há sempre parceria eles me esperaram, me incentivavam e diziam:

-Mano é assim mesmo, no próximo você vai está melhor.

E eu comigo pensava:

- que próximo, estão doido? vão matar outro. Kkkkkkkkk.

A 18 km de casa, minhas pernas já não obedeciam o raciocínio da mente, e nisso a bike foi me conduzindo levemente. Mas o pensamento de concluir o treino era grande e vi que não podia parar e nem desistir, sei que sou amador dos amadores, porém quero evoluir. E pra evoluir tem que ser assim, tem que treinar, tem que pegar pesado, tem que sair da zona de conforto, tem que pedalar até dizer " ah, de cansado tô morto".

E com o pensamento de evolução e sugamento, fui cumprimento o percurso.

Enfatizando aqui, o apoio e parceria desses três Galácticos Henrique, Danilo Sousa e Adenilson Vilhena, os caras são bons, pedalam demais, me deram o maior apoio e incentivo que puderam, em momento algum deixaram que o ego falasse mais alto e fossem embora, por pesarem que de alguma forma eu estaria atrapalhando o treino deles. Quando não me esperavam, voltavam e vinha ao meu encontro para me darem aquele apoio moral que faz toda diferença nesse tipo de pedal.

Na última crônica que escrevi, pensei o seguinte, que a crônica 10, teria que ser "A CRÔNICA" com acontecimentos marcantes, e que me fariam levar aos leitores os momentos do pedal, como se cada um tivesse lá vivendo o que vivemos.

No meu destino final, Henrique olhou pra mim e perguntou:

- e aí, vai ter crônica hoje?

Respondi:

- assim que a minha mente voltar ao normal desse pedal, eu vou fazer. Kkkkkkkkk

E assim aconteceu, a minha mente voltou ao normal e a crônica foi feita.

Não é a crônica perfeita, mas foi feita.

Três Galácticos e um Pé duro.

Autor: Adriano Serrão

Adriano Serrao
Enviado por Adriano Serrao em 28/09/2018
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