Vagalumes sobre rodas

Crônica 06 de um " Pé duro"

Vagalumes sobre rodas.

Pra que businar?

Pra quê gritar?

Senhores motoristas e motociclistas, dão licença, porque os vagalumes sobre rodas vão passar.

Trânsito urbano, você já deveria ter se acostumado, porque toda terça e quinta noturna, esse encontro é sagrado.

Então freiem carros e motocicletas, porque acesas estão nossas lanternas de alertas.

Hoje deu bom, tinha um companheiro que compartilhou conosco através de sua caixinha o seu som.

Hoje deu 24 participantes, as ruas e avenidas pareciam arvore de natal.

Então é melhor o trânsito começar a respeitar a turma do pedal.

Última parada urbana pra conferir o pessoal, posto da alta Brasília, tudo conferido, tudo no jeito, então começa- se o pedal no asfalto com o intuito de pegar uma trilha.

E nesse sentido os vagalumes sobre rodas, mergulharam na imensidão da escuridão, cada um no seu ritmo, trocando aquela idéia, fazendo- se novas amizades, e fortaleçendo cada vez mais o pedal de cada participante.

Partiu ramal Monte santo, disseram que a parada ia ser na igrejinha, lá iriam decidir, quem ia, quem voltava dali.

Alguns companheiros decidiriam voltar de lá, muito bom guerreiros, foram até onde acharam que foi possível, vocês tem meus parabéns, vocês andaram muito bem.

Eu decidi ir com os demais, na verdade eu queria fazer um pedal diferente, mas não tinha noção dos pequenos areiais que tinham pela frente.

Pneu fino, tudo indicava, que eu ia padecer ou até mesmo comprar uns lotes ou umas fazendas por alí mesmo, mas por mim passou um companheiro e disse que dava de eu ir " de boa", que era só eu entrar veloz na areia, só que o companheiro não sabe que sou " Pé duro" e que ainda estou em estágio de adaptação com a "ferradura" (sapatilha). Sendo assim comecei a pedalar e a areia quis me derrubar, pensei em voltar, mas se eu voltasse não iria ter graça, no meu pensamento olhei pro areial e disse:

- olha senhor areial, eu não vou voltar, você não vai estragar o meu pedal com a turma e nem jogar areia na minha crônica, eu sou "Pé duro", mas treino na Transamazônica, e você vai ser fichinha pra mim e saí do meio que eu vou até o fim. Kkkkkkkkkk

Onde já se viu, tu querer me derrubar areial,

Sou "Pé duro", mas estou evoluindo a cada pedal.

Enfim senhores, ao longo do trajeto, vários colegas, fizeram ótimos negócios, e teve até sócios.

Teve gente que comprou fazenda, teve gente que comprou lote, até barrancos conseguiram comprar também, mas no fim tudo correu bem.

Disseram que a trilha era ramal do "Grota seca", mas o que vi foi uma grota cheia e por pouco eu quase compro um terreno lá, não comprei, mas teve gente que comprou. Brincadeiras a parte, mas o que vale mesmo é praticar esse esporte arte.

Os vagalumes sobre rodas, estão indo bem, onde passam, até a atenção dos cães, conseguem atrair também, é impossível não atrair a atenção dos cães, eles não vão com a cara de ciclistas, mas eles não sabem que servem de motivação para as nossas estáticas, estáticas de velocidade.

Saindo do "Grota seca", onde a Grota não estava Seca, pegamos o asfalto, aí sim, todos voaram alto, voaram altos, mas permaneceram sendo vagalumes sobre rodas.

E pra dá mais sentido ao pedal, alguém falou:

- vamos pela trilha do cacau.

E assim foi feito, todo mundo em busca do pedal perfeito.

E foi no cacau que quase compro um lote,

A "ferradura"me deu um bote.

Mas consegui sair em tempo... Oh sorte!

Hora de voar alto, pega- se novamente o asfalto, aí o pé duro que vos fala, pedalou forte, no vácuo de um colega pedalou bem, encontrando ali o seu norte.

Enfatizando aqui cordialmente a excelente participação de duas guerreiras mulheres, parabéns CRIS E CLACI, importante demais foi cada uma de vocês ir e vir.

Parabéns tambem ao pequeno João, o garoto ta voando alto, pegando racha com seu irmão, acho que Isso é genética, os meninos se dão muito bem com a bicicleta.

Muito obrigado a todos que hoje pedalaram, a todos que esperavam os que ficavam para trás, o pedal dos vagalumes é assim, todos se importam com todos, todos se ajudam, todos querem começar e terminar o pedal de forma satisfatória, e assim fazer registros e mais registros pra memória.

Obs. Comprar lotes, fazendas etc, na linguagem dos ciclistas é o mesmo que CAIR DA BIKE ou até mesmo com a BIKE.

Autor: Adriano Serrão

Adriano Serrao
Enviado por Adriano Serrao em 28/09/2018
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