UM PERFIL DO PAPA NO FACEBOOK

Sempre considerei proveitosas e interessantes as redes sociais virtuais. Há muita gente de valor, boas opiniões, notícias imediatas sobre inúmeros assuntos, fotos de qualidade, além do cultivo ou da recuperação de relações pessoais dispersas neste mundão. É relevante também valorizar alguns novos amigos. Claro que se você conta com uma quantidade relativamente expressiva de seguidores, como é o meu caso no Face, e não almejo aumentar, existe o risco de falar para surdos e pregar no deserto. Alguns, que nem te conhecem, ignoram tua trajetória e conhecimentos, vão te tratar como tratam o dono da bodega da esquina, como o padeiro ou leiteiro. Mas, e daí? É uma delícia assistir a um ateu ensinando o padre a rezar missa: encantos caóticos e surrealistas deste novo mundo. O bom da vida é ter de matar um leão por dia, alimentar-se do peixe que pescou ou da caça conseguida. Fico igualmente autorizado a dizer para o padeiro como fazer um pão mais gostoso e ensinar o bodegueiro a conquistar clientela, com lucro maior. Infelizmente, não há mais leiteiro por estas bandas e vou dever alguma menção. Raramente acontece, mas há escritores ou pensadores proeminentes que te elogiam. Por outro lado, não é incomum encontrar a crítica junto àqueles que nunca mandaram um bilhete para a namorada e não conseguem ler um gibi por trimestre. A vida na internet é absolutamente igualitária: o computador é seu, há espaço para manifestação, você está só, livre, leve e solto. Portanto você diz o que lhe vai à cabeça. Se o PAPA criasse um perfil no Face, acabaria também recebendo, por suas ideias, várias contestações e críticas. Não faltaria quem o achasse pró-Bolsonaro ou pró-Lula livre, liberal ou de esquerda. Mas é divertido pacas.