BAIXARIA, NÃO!

Seja contra Haddad, Ciro ou, agora, mais especificamente contra Bolsonaro, desencavando suposta ameaça de morte que teria feito à ex-mulher em 2011, este debate, pautado principalmente pela grande mídia, é desserviço brutal à democracia. Lembro do constrangedor episódio da ex-mulher ou ex-namorada de Lula, que o então candidato teria pressionado para abortar, cujo depoimento foi explorado amplamente nos últimos programas de Collor de Mello e repercutido pela grande imprensa e sinto vergonha por tanto subdesenvolvimento cívico, moral e cultural. Sim, países mais ricos fazem coisas bem parecidas, mas, cá pra nós, tentar decidir uma eleição desta maneira só pode gerar um mundo louco, com crises e mais crises. Se o sujeito é comprovadamente pedófilo, psicopata, tarado perigoso, “serial killer”, tudo bem, é serviço público, quanto ao mais é pura fofoca para marketing de eleição e obtenção de proveito. Há tanta crítica importante para se fazer contra tais candidatos, que o excesso parece doença ou pura histeria de quem possui altos interesses em jogo. Não é digno. Não sou nada ingênuo, já vi “queimações” do arco da velha, em diferentes níveis de disputa, mas jamais compactuei com procedimentos vis, inclusive porque também já soube de muito feitiço virando contra o feiticeiro. O que adianta espaço em rádio e televisão para a propaganda gratuita? Ninguém ouve mesmo. Entrevistas sérias, comícios, palestras e debates é o caminho correto. A senda da “baixaria” não seleciona, não educa o povo, não forma o cidadão. É por isto que dizem que os políticos não prestam. Chega de fazer “novela” ou “fofoca”. Aliás, nem a revista AMIGA existe mais. O preço a pagar depois é sempre muito alto.