A vida em quadrinhos

A vida é engraçada; A vida é isso, é aquilo. “C’est la vie”, já diziam os Franceses. Mas ela é também em quadrinhos. Ao menos para mim, ela é. Foi para mim quando eu era garoto e é agora enquanto adulto. O leitor deve estar impaciente e se põe à indagar:

- Que enrolação é essa, cara! Explica logo esse troço, pô!

Tá bem, tá bem. Lá vai:

Quando eu era menino, eu lia muitas revistas em quadrinhos. (Os chamados gibis)

Naquela época, televisão era para poucos. Cinema era a alternativa, mas além de a maioria dos filmes serem censurados, (Só podia assistir a filmes LIVRES, ou permitido para até 10 anos) , o bilhete era caro. Existia o circo, mas era muito raro aparecer um. Internet, nem pensar, né, amigo? Portanto, o que me restava, era elas, as revistas em quadrinhos. Eram baratas, divertidas, instrutivas e alimentadoras de sonhos. Quem já amarrou um lençol em volta do pescoço em forma de capa e imaginou ser um Super-herói, sabe do que estou falando.

Bastava descolar uma graninha, era o suficiente. O lanche podia esperar. Ia até a banca mais próxima e comprava a edição do mês de meu herói preferido. No mês seguinte, a mesma coisa. Quando dava sorte e pegava uma graninha extra, lá estava eu na banca comprando quantas fosse possível. Depois de um tempinho, você já tinha muitas. Aí, já não precisava comprar. Simplesmente, as trocava por outras que ainda não tinha lido. Era um constante troca troca de gibis entre os amigos e colegas. Um verdadeiro intercâmbio comercial infanto juvenil.

O tempo passou; Eu cresci e o mundo evoluiu (?) e a vida em quadrinhos, ficou em desuso. Muitos heróis migraram para a tela do cinema. Outros emigraram para a tela da TV. Alguns deles não sobreviveram, mas vivem ilustrando minha imaginação até hoje. Porém, para minha sorte (Ou azar), os mais populares saíram de minha imaginação e se materializaram e estão por aí; Estão por aqui. Seus esconderijos ficam em Brasília, no Planalto, senado, câmaras, ministérios, governos e prefeituras. Vamos clarear mais a ideia? Pois bem:

O Super poderoso esquadrão de aço, sempre aparece para salvar da pobreza e da miséria. Ele tem cara de mocinho, é destemido e invencível. Mas ele tem uma fraqueza. A única coisa que o derrota, é a “CRIPTONULO” , sacou? Mas apesar de ela estar ao nosso alcance, não a usamos, porque cremos que ele tem boas intenções .então, o super-homem se forlalece e vence sempre. Depois ele vasa; desaparece e manda o “FANTASMA” Lembra dele?

Com o fantasma, também vem os irmãos metralhas. (Me dá até arrepio) Principalmente, o 176-167 e o 716-617.

Mas quando tudo parece perdido, aparece o “MANDRAKE”, com sua capa, cartola e varinha, prometendo fazer uma mágica para desaparecer a fome, o desemprego, a violência e a desigualdade. (Deus tá vendo)

Estão por aí também a horrorosa “MADAME MIN” e a diabólica “MAGA PATALÓGIKA” (Arre).

E o “GASTÃO”, hein, pessoal? Ele está no meio de nós. Vive uma vida de luxo e glamour sem jamais ter dado um prego em uma barra de sabão. E não foi herança. Adivinhe a quem pertence a dinheirada toda que ele se apossou?

E ele não está sozinho. Seus amigos por não ter mais onde guardar dinheiro, estão escondendo em malas, apartamentos vazios, sacos e cuecas, porque a caixa forte, está entupida. (Vixe!)

O “Zé CARIOCA E O MANDA CHUVA” , Estão sempre nos acompanhando e, sempre querendo se dá bem.

A “DUPLA DINÂMICA” tenta combater o crime, mas Esbarra sempre nos algozes “CHARADA E CORINGA”. Não fosse ela, não sei o que seria do Brazil City.

O “SOMBRA” é assim: Sorrateiro e escorregadio. Quase não o vemos, mas ele assombra nossa casa, nossa mesa e nossa vida.

Faltou quem? O PATETA?” Talvez ele esteja mais materializado, do que a gente imagina.

Clareou a ideia? Mas se você não viveu, a vida em quadrinhos e preferiu os contos de fada, saiba que provavelmente muitos personagens que vivem apenas em sua imaginação, pode ter se materializado e estão por aí; Estão por aqui. Talvez O “ALIBABA E OS 400 LADRÕES” , O “LOBO MAU...

Mas aí, já é uma outra estória.