PRÓXIMAS ELEIÇÕES
Votem em quem quiserem para Presidente, mas não se esqueçam do fundamental – sempre pouco enfatizado – que o CONGRESSO NACIONAL E O SENADO são os verdadeiros espelhos e termômetros da sociedade e têm exercido papel cada vez mais relevante e decisivo. Quais os grandes desafios à governabilidade para Fernando Henrique e LULA em seus mandatos, por exemplo? Justamente o de obter amplo apoio parlamentar, que acabou em composições e negócios pouco transparentes e nada republicanos, muitas vezes. Jânio Quadros, Collor e Dilma foram autoritários ou “cintura dura” e vejam no que deu. Fernando Henrique, Lula e atualmente Temer, cada um de seu jeito e a seu tempo, exageraram na “pegada” no sentido inverso, também com resultados danosos. Qualquer Presidente terá de encontrar caminhos, dentro de certos limites, o que não é fácil, exigindo alta competência, habilidade e ética no proceder. E compreensão do povo. Mais uma vez relembro Winston Churchill, o grande líder democrático do mundo ocidental contra as tresloucadas investidas expansionistas de Hitler e Mussolini, sobretudo. Tão logo findou a II Grande Guerra, Churchill perdeu as eleições parlamentares e foi desbancado do mandato de Primeiro Ministro do Reino Unido. Na política, ser bom também não basta, é preciso muito trabalho, articulação, importantes apoios e sintonia fina. O que fica sempre é o Parlamento, bom ou ruim. Tenho lido que haveria pouca renovação parlamentar, será mesmo? Sugiro que haja maior preocupação com este veio eleitoral, já que é o pulmão do regime democrático. Podem colocar o Papa na Presidência, pois, no Estado Democrático de Direito, sem um Congresso e um Senado respeitáveis, a coisa não anda. Na verdade, é o que mais me preocupa.