ENQUADREM-ME COMO QUISEREM!

Fico espantado como certas pessoas adoram colocar etiquetas e enquadrar Joaquim ou Joaquina como de direita ou de esquerda. Explico: conheço “soit-disants” esquerdistas mais reacionários e retrógrados do que alguns considerados de direita e vice-versa. Não dá pra pensar: fulano, sexo masculino, divorciado e de esquerda ou beltrana, feminino, solteira e de direita. Ideias são progressistas ou conservadoras, aí sim, mas vistas em seu conjunto. De outra banda, jamais filtrei amizades em função de ideologia, gênero, clube esportivo, raça ou religião. Pra nós, aqui do Sul, a questão futebolística tem elevado peso, mas sou gremista casado com colorada, com dois filhos gremistas e o meu primeiro netinho é colorado. E daí? Dito isto, vou dizendo logo o que penso e vocês que me julguem ideologicamente como quiserem. Sou pela liberdade, democracia, pelo Estado de Direito e pela justiça social. Sou a favor da ampla legalização do jogo, do aborto e da eutanásia. Acredito na liberdade bastante criteriosa para a compra de armamento, a favor da pena de morte, da prisão perpétua, da expropriação de bens de corruptos, da liberdade sexual e religiosa, mas a escola deve ter disciplina, provas rigorosas de conhecimento e educação cívica, sem qualquer pendor ideológico. A rigor, seria pela legalização das drogas, mas o país precisa alcançar um nível sócio-cultural mais elevado. Detesto a cultura consumista e o capitalismo desenfreado. Sou pela plena liberdade de expressão do pensamento, contra a censura, mas a honra e a intimidade das pessoas devem ser respeitadas, pelo que não pode o Estado invadir a privacidade de ninguém a seu bel prazer, seja qual for o governo. Sou pelo amplo direito de defesa, por um Judiciário respeitável e ágil, pela consideração ao próximo, pela proteção do meio-ambiente e dos animais. Acho calamitoso nosso sistema tributário e odeio a burocracia. A desigualdade econômica e social no Brasil é uma iniquidade, um absurdo, mas também creio que os centros urbanos não podem ser entregues aos que, por qualquer razão, decidem acampar nos lugares públicos, que pertencem à comunidade. O combate à criminalidade é prioritário: para tanto, é preciso que exista verdadeiramente Estado, Coisa Pública, serviço eficiente para a população em geral. Não gosto de preconceituosos que te evitam por acreditares nisto ou naquilo. Os chatos, sim, podem ser tirados do ar.