ACHE GRAÇA, MAS SAIBA APOIAR!

Conheço muita gente generosa, que faz pelos seus familiares, amigos, alunos, vizinhos ou simples conhecidos. Acho bacana, assim que deve ser. Nosso legado material é irrelevante perto de gestos de solidariedade e consideração. O bom exemplo é o que mais dura. Também é muito importante o que se consegue fazer pela natureza ou pelos animais. Um cidadão que cuida bem dos seus, age corretamente e exercita a virtude da solidariedade, mesmo que não renda manchetes ou chame atenção, é mais importante do que a maioria esmagadora de políticos que se proclama defensora da sociedade. Vou ater-me, agora, ao tema da proteção e do carinho aos animais, já que tantos são os indiferentes. Há pessoas extraordinárias neste mister. Outras, poucas, certamente não iriam para o céu na avaliação deste quesito. Talvez compensem de outro modo, não sei. De minha parte, embora desde criança tenha sido “cachorreiro”, passei longos anos em inatividade. Através de Andréa, acabei assumindo um, dois e, depois, três Poodles da mesma família, pai, filho e, por último, a mãe, Baby, que era da empregada de meu falecido sogro, de Torres. Já contei e recontei que a cadelinha optou por nós há uns quatro anos, hoje está com onze, com a plena anuência da antiga dona. Quando a acolhemos, estava assaz comprometida, com inflamação crônica nos ouvidos, catarata inoperável e pelagem horrorosa. Afinal, fora criada em pátio, caíra no Rio Mampituba, mas conseguiu sobreviver e foi encontrada um dia depois no meio de uns matinhos. Hoje, praticamente cega e com péssima audição, encontra-se saudável, tranqüila, com bela pelagem de banhos semanais. Desenvolveu grande paixão por mim, possivelmente porque lhe represento proteção. O Poodle é uma raça de cães muito afetivos e que, portanto, tornam-se bastante dependentes. Quando nos ausentamos por breves momentos do apartamento, no regresso, recebem-nos como se tivéssemos passado um ano na China. Quando vou ao banheiro, Baby seguidamente me aguarda à porta. Ah, sim, tudo isto sai caro. Então, amigos, a atenção da gente tem de ser vista com a verdadeira significação que possui. Podem achar graça, ironizar, até fazer queixa, mas responsabilidade, cuidado e afeição para com animais são valores que não se compram em feiras públicas. Lixem-se os eventuais críticos de plantão ou aprendam um pouco de sensibilidade.