PODER DA GENÉTICA?
Por muitas coisas que escrevo, comparando com o que dizem outras pessoas, aqui, acolá e a colibri, percebo que, nitidamente, tenho uma postura mais conservadora e econômica na maioria dos aspectos. Independentemente de ter ou poder. Não posso falar dos tempos de juventude, pois tinha pouco e aí não valeriam comparações. Não sei quanto ganha e o que possui um jogador mediano da dupla GRENAL, por exemplo, mas jamais compraria um carrão, uma mansão ou cobertura em zona nobre, altas e regulares despesas em roupas de moda, inclusive para a mulher, e não tomaria na minha casa um vinho tinto de mais de cinqüenta reais, só se fosse para beber eventualmente. Barco, moto, nem pensar. Me agradaria investir. Uma vida boa, é claro, mas sem exageros. Viagens com conforto, em bons hotéis com a família, mas dentro de um custo razoável e planejado. Não há quem não goste às vezes de um luxo, mas eu não estaria disposto a pagar por isto. Fico, então, pensando que a mentalidade de minhas origens portuguesa e italiana, ou seja, europeias, das épocas de guerras mundiais, desemprego e racionamento tenham se entranhado nos meus genes ou na minha educação quando da tenra idade. Também digo isto em face de meu gosto por comidas nativas ou que acabaram transformando-se em alimentação tradicional aqui do sul. Por que prefiro sempre churrasco, feijoada, mocotó, polenta, aipim, feijão com arroz e ovo frito? E por que achei sempre tão aprazível o nosso litoral, com mar de águas mais agitadas e não tão transparentes? Sim, é bonita uma festa de smoking ou terno, champanhe, caviar e ostras frescas. Mas churrascão campeiro, com fogo de chão, paleta de ovelha e costela bovina 12 horas é imbatível. Não sou “mão fechada”, sou precavido; não sou grosso, sou marcado pela formação. Bem, com a “guaiaca recheada” do Messi, Neymar ou Cristiano Ronaldo possivelmente muita coisa mudasse. Mas, então, não seria mais eu.