Se sinto saudade?
 
Sempre! No abraçar matinal do travesseiro, no gole do café antes do trabalho, na estrada quando conversávamos e até mesmo quando não dizíamos nada. Sempre sinto saudades. Acho normal! Algumas das minhas saudades podem ser desfeitas, outras não. Mas todas vivo-as intensamente e em silêncio, sem divulgação. Gosto de olhar a paisagem e perdido reviver as lembrança das coisas que não consigo esquecer, separando e classificando-as. Eu acho até que deveria pedir perdão a um monte de gente, por todas as vezes que eu demonstrando aparente atenção, vivia naquela hora em outro momento em pensamento.
Saudade não precisa doer. Não quer doer. Saudade por assim dizer é doar. Doar é parar um pouco o presente para folhear na tua história de vida alguns fatos, passagens, palavras, gestos...e por aí vai.
Saudade é como sereno, que está entre o secar ou o chover, bem ali no limiar. Sinto saudades, muitas, mas muitas mesmo. É sinal que vivi...isso não doí, o que dói é deixar de viver!