O Sujo e o Mal Lavado

O SUJO E O MAL LAVADO

Dois conhecidos torcedores de times rivais de uma mesma cidade se encontraram na calçada e iniciaram uma conversa acalorada.

- Você não tem vergonha de andar assim pela rua?

- Assim como?

- Ora não se faça de tolo. Assim neste estado deplorável

- Olha só quem fala! Logo você querendo me criticar.

- O que é que tem a minha pessoa?

- Você?! Não me faça rir.

- Vamos diga-me, o que é que eu tenho?

- O pessoal de lá só vive comentando sobre a sua permanente situação.

- Que pessoal? Que situação?

- O pessoal de lá.... Ah, você sabe; todos nós sabemos.

- Você está se referindo àquelas pessoas daquele lugar?

- Exatamente.

- Pois fique sabendo, que eu já conquistei aquele espaço por duas vezes, enquanto que você no máximo chegou até a porta.

- Já faz um bom tempo não é mesmo? Será que ainda se lembra de como chegar lá? Você não quer um mapa?

- Ah, ah, ah!! Se eu preciso de um mapa, você nem com GPS consegue chegar.

- Pode ser, mas pelo menos não andei sumido por tantos anos, vagando por uma divisão inferior.

( )

(Após algum tempo de uma discussão que parecia não ter fim).

- Olha vamos parar por aqui, pois esta nossa cantilena não vai nos levar a lugar algum, não acha?

- É, nesse ponto você tem razão

- A propósito, para não dizer que não gosto de você, comprei até um presente para lhe dar.

- É mesmo? Que coincidência, eu também comprei um para você.

Passados breves segundos, trocaram os presentes com um leve sorriso sarcástico no canto da boca. No entanto, quando abriram os pacotes e olharam atentamente paro seu conteúdo, ficaram mudos, inertes. Aquela expressão de antes fora substituída por uma enorme vergonha. Parecia que todo o peso do mundo caíra sobre suas costas, a ponto de se curvarem de joelhos numa inevitável penitência. Um silêncio ensurdecedor se instalou. Ainda calados, tristes e cabisbaixos se levantaram, se abraçaram e como que apoiados pela mesma dor caminharam lenta e furtivamente pela calçada agora “lagrimada”.

Ao fundo, convenientemente esquecidos, restaram os dois espelhos quebrados.

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©Leonardo do Eirado Silva Gonçalves

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 18/06/2018
Reeditado em 25/06/2018
Código do texto: T6367729
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