O HOMEM E O MEIO
Como importante capítulo do tema “homem e meio” estava a relembrar tempos de Faculdade de Direito da UFRGS e da nossa turma de 70, que brevemente irá completar 50 anos de formatura. Ao menos naqueles idos, tínhamos uma mesma turma, parte pela manhã e parte à noite, com muito poucas modificações nos cinco anos de coexistência. Achei que era interessante ressaltar como o convívio nessa fase é importante para a evolução da pessoa, pois somos moldados não apenas pelos estudos e professores, mas igualmente pelos colegas, dos mais aos menos próximos. Se o indivíduo tem sorte, como tive, de fazer parte de uma turma de Faculdade composta por pessoas de muita qualidade, conquista importantes degraus na escala da vida, profissional e pessoal. Examinando hoje em dia a nominata de estudantes com quem interagi por cinco anos, fico, sinceramente, impressionado com a ventura de haver privado com gente que se transformou em profissionais tão competentes e ilustres: Supremo Tribunal Federal, Procuradoria da República, Justiça Federal, Promotoria de Justiça, Tribunal de Justiça do Estado, grandes Escritórios de Advocacia, Empresas de relevante porte, Administração Pública em geral e vários outros segmentos de atividade. Se consegui ficar próximo ao meio deste contexto de tão destacadas pessoas, muito alcancei e progredi. Mas isto, na verdade, é irrelevante, o que importa é manter acesa a memória de que foi nesse caldo de cultura que ganhei musculatura para os embates do trabalho e para o melhor desenvolvimento de ideias e aspirações. As Faculdades que não preservam a estrutura de turmas estáveis, regulares, pecam por não propiciarem um significativo elemento da alma acadêmica.
Creio que tive muita sorte e acho que este depoimento pode ter alguma valia.