SINTONIA FINA

Vou compartilhar este tema, pois sei que, por tal ou qual motivo ou singularidade, há certa quantidade de pessoas assim. Sou um tanto trêmulo, nas mãos. Não tenho mal de Parkinson, fiquem tranqüilos. Meu avô Matos também era assim. Mas, creio eu, a explicação mais adequada vincula-se à asma e aos remédios que, volta e meia, acabo usando. Desde muito pequeno. Os puristas dirão que o cigarro e a bebida agravam o problema, aí eu responderei que isto NÃO É UM PROBLEMA, a não ser nas coisas que demandem habilidade manual ou sintonia fina. Por que falar sobre este assunto? Ocorre que sou muito, muito cobrado por não ter internet no celular e não dispor do “WHAT’S UP”. Não deixa de ser uma perda tecnológica e interativa, admito, mas o meu dedilhar é incompatível com tal recurso, mais, digamos assim, sofisticado ou delicado. Não estou exagerando. No meu PC de mesa, cujo conforto ergonômico também não é o ideal, mas é conforme todo mundo usa, pratico barbaridades digitais. Como teclo com todos os dedos, já que assim aprendi em datilografia, às vezes bate um descompasso em que misturo caixa alta e baixa, troco letras ou sinais gráficos e, como tenho inarredáveis manias, gosto de teclar à noite apenas à meia luz: eventualmente não percebo exatamente por onde ando nas letrinhas. Tenho mais trabalho em ajeitar corretamente um texto do que concebê-lo. Digitar na rua, nem pensar, já que não gosto de usar óculos. E, sem óculos de leitura, a vaca vai pro brejo. Aliás, o teclado de meu PC de mesa naturalmente não é digital, se fosse, eu muito sofreria, possivelmente regressasse aos manuscritos. Quando vou para Gramado, levo um antigo TABLET 3G da Andréa, mas para compartilhar fotos e tentar “curtir” alguma coisa boa, ler alguns jornais, o que me dá um grande trabalho. Já consegui escrever frases com 5 ou 6 palavras naquela telinha, mas a muito custo. Portanto, além de ser um pouco trêmulo, meus dedos parecem ter vida própria, além de insensibilidade nas pontas. Eu achava as máquinas datilográficas elétricas difíceis, coisas que os mais jovens nem conheceram, então, me poupem de cobranças para funções mais avançadas. Cada macaco no seu galho.