DIA DOS NAMORADOS
Sempre gostei dessa data comemorativa. Tanto no Brasil como nos EUA (que comemoram no dia 14 de fevereiro).
Lembro dos meus dias dos namorados - e foram muitos. Gostava de comemorar, fazendo algo especial. Eu bolava algum presente bacana e escrevia um poema intenso - claro, tinha que ter poema. O meu lado pisciano raiz exigia de mim um exacerbado romantismo.
E acho que amar tem que ter essa coisa pulsante, emotiva, lírica, envolvente. De amor-banho-maria estou fora. Quero fervura, ternura, beijos no meio da rua.
Sei que faz tempo que não sei o que é um dia dos namorados. Pra ser exato, tem uns 4 anos que não comemoro com alguém especial Mas isso não me faz gostar menos desse dia. Pelo contrário! Adoro ver as declarações, as fotos pagando mico, as ilustrações que surgem para ornamentar as redes sociais... Gosto de tudo. Afinal, estamos falando de amor. E tudo com e por amor vale a pena. O meu trabalho, em geral, é composto de anotações, reflexões, tudo sobre amor: livros, peças de teatro, vídeos. Então continuo amando, mesmo sem estar em uma história de amor real. Digo real, porque no teatro vivo de representar histórias fictícias - ou quase fictícias. Represento o sentimento com verdade - afinal, sei bem como é uma grande e verdadeira HISTÓRIA DE AMOR.
Por isso digo que é necessário ter uma história de amor pra viver. Hoje me sinto respirando amor, apesar de tudo. E é o melhor amor. Porque não tem a parte mesquinha que insiste em macular este nobre sentimento, como o ciúme excessivo e a possessividade. Tudo flui de mim cada vez mais positivo. Posso ir dormir, escolhendo uma relação para lembrar. Posso reunir minhas ex-namoradas e eleger o melhor de cada uma e montar o que seria a namorada perfeita. Nunca chego neste formato ideal, porque algumas eram lindas, inclusive, em suas imperfeições.
Do último relacionamento, lembro de algo curioso, inclusive, neste mesmo momento de pleno amor que permeia o mês de junho. Ela me mandou um e-mail onde dizia:
- Eu te agradeço por todos os dias dos namorados que passamos. E sei que não vou te tirar da minha vida. Porque não se arranca um BEM pela raiz.
Achei bonito o e-mail. Profundo até. Tudo bem que a gente não se viu nunca mais e perdemos contato. Mas o e-mail, no momento que foi mandado, foi verdadeiro. E faz parte dessas recordações saborosas de algo intenso e feliz.
Enfim, o que sei é eu quero mais é ver o clima amoroso no ar. Não tenho um par com quem comemorar - afinal, foi opção minha permanecer solteiro - mas sei que posso seguir escrevendo, talvez, algumas impressões, algumas saudades, alguma coisa que foi importante e que ainda soa como poesia. Ou seja, o meu ontem ainda pode ser um bom alimento para corações apaixonados. Que assim seja!!!