MEU BRASIL BRASILEIRO

Não adianta só criticar o Governo, afinal, na democracia, ele é o nosso retrato, seguidamente distorcido, é verdade. Mas é preciso que certas categorias e corporações exerçam um ajustamento de conduta em consonância com padrões básicos de civismo e de moderação reivindicatória. Quando alguns ganham, outros perdem, é impossível que todos ganhem dentro do contexto econômico, exceto se houvesse abundância perene de recursos. Em outros tempos, havia consciência mais nítida das limitações, agora parece que vale tudo, disseminando-se o lema de quem pode mais, chora menos. Com esta mentalidade, convenhamos, nunca haverá gestão pública respeitável, incluindo a que eventualmente assim fosse. Vejam bem, acabamos de emergir de uma situação difícil de greve de caminhoneiros, tisnada por locaute – que agride a lei. Muitos e muitos agentes econômicos de diversos setores, em vista do episódico desabastecimento e do medo da população, resolveram “lavar a égua”, aumentando cavalarmente preços, sem dó nem piedade. E é gente que também mete pau nos políticos e fica “indignada” com a corrupção na área pública, pregando, portanto, moral de cuecas. Não cheguei nem perto de postos de abastecimento de combustível, mas há relatos de pessoas que reagiram a espertos que buscavam furar a fila. Com este quadro, é difícil mesmo evoluir.