O homem que não gostava de responder

Da série: PEQUENAS HISTÓRIAS, SINGELAS ESTÓRIAS

O homem que não gostava de responder

Um grande entrevistador, durante toda a sua carreira, já tinha feito um extraordinário número de perguntas às incontáveis pessoas por ele entrevistadas. Era um fenômeno na arte de inquirir, porém detestava visceralmente responder a qualquer uma delas e outras que surgissem. Na verdade, nunca se soube que houvera respondido a coisa alguma nesta vida, pois interessava-lhe apenas indagar os viventes e nada mais.

Um dia a população resolveu testar a sua determinação. Como gostava de desafios, tal entrevistador se predispôs a ouvir as perguntas de todos, pelo simples prazer de vê-los capitular. Após centenas e centenas de tentativas frustradas por parte de toda gente, homens e mulheres resignaram-se e resolveram comunicar à coletividade o fim do malfadado desafio.

Antes, porém, que se consumasse tal intento, surgiu, subitâneo, um jovem estudante das primeiras letras, que ao se inteirar do objeto do bulício, quis empreender esforços nessa direção. Todos desdenharam dele. Se os mais eruditos não lograram êxito, por que logo o neófito haveria de conseguir? Concluíram. Após a devida insistência do mancebo, seu pleito infanto-juvenil foi deferido, sob cruel menoscabo. O rapaz, então, aproximou-se do entrevistador e, impassível, desferiu uma pergunta que após dois quartos de minuto foi respondida.

Tal foi o estupefato geral, que uma massa humana o cercou, querendo saber qual fora o teor da grande pergunta mágica, para aquele que nunca dera respostas, apenas exibira interrogações ao final de suas palavras.

“Simples!” , disse o estudante.

“Eu perguntei a ele qual é a pergunta que ele gostaria de fazer e nunca fez.”

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© Leonardo do Eirado Silva Gonçalves

04 de maio de 2018

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 01/06/2018
Reeditado em 25/06/2018
Código do texto: T6352176
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