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               (Imagem do Google)

Heróis anônimos
 
Nossos antepassados cristãos já diziam, se não buscas a Deus por amor, buscas pela dor! Tenho pensado muito como esses dizeres se integram aos momentos vividos por todas as classes brasileiras nas últimas semanas.  Até há poucos dias nossos irmãos caminhoneiros não tinham a menor visibilidade mesmo quando em posses de suas longas carretas sustentadas por 22 pneus e quantas saudades dos seus! A lógica era sempre ultrapassá-los,  contando com a gentileza e cordialidade de alguns.

Ultrapassados fiquemos nós numa sociedade em que os valores solidificam-se àqueles mais abastados, às togas que acolhem arrogância, prepotência, mínima decência! Nos palácios, escassez  do mais requintado café da manhã, pausa para o avião da FAB transportar Suas Excelências aos seus estados de origem para um corte de cabelo, nada de atropelo. Em bairros ditos nobres faltaram-lhes o croissant, foram em busca do divã, faltando-lhes a gasolina, logo de manhã!

O fardo de seus caminhões quiçá equipara-se aos longos caminhos percorridos, noites mal dormidas ,  à indiferença daqueles que deveriam zelar por eles, respeitando seus valores, atendendo suas reivindicações.  Os que se dizem representantes do povo foram notificados antes e se esquivaram em seus carros blindados ao som da oitava sinfonia de Beethoven,  se é que tenham sensibilidade para tal, factual?
Ravel os embalaria  nos momentos solitários , nas saudades dos almoços de domingo, no crescimento despercebido de filhos, netos e nas  lembranças paternas, essas são eternas!
Amores, seus louvores e  dissabores transcritos nos parachoques , dizem tanto esses enfoques!

“Cristo curou com Seu olhar meigo e fraterno, mas quão poucos são assim!
Muitas são as expressões do olhar  que fere, magoa, enaltece…”
Que esse tsunami nos venha como aprendizado  e que tenhamos olhares suaves,  enaltecidos por essa classe trabalhadora que transporta  sonhos, alimentos, oxigênio embalando o que temos de mais precioso, nossa vida, precavida na avenida

 


 


 

 
Rosa Alves
Enviado por Rosa Alves em 31/05/2018
Reeditado em 07/02/2021
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