TUDO PASSA

Em 2017, houve uma grande cerimônia solene da OAB/RS aos JUBILADOS, com mais de 30 anos de advocacia e 70 de idade. Deve ter sido bonita. Ocorre que, em 21 de dezembro de 2016, quando completei 70 anos de idade e bem mais de 30 anos na profissão, obtive, com a boa vontade de importantes amigos, o meu JUBILAMENTO. Na verdade, por razões bem práticas, minha intenção e pressa era evitar qualquer contratempo relativo a pagamento da anuidade, já que o jubilado fica isento. Obtive o meu diploma logo, de modo naturalmente discreto. Portanto, não figurei no rol dos agraciados no importante evento da categoria e só tive conhecimento da festividade tempos depois, lendo uma publicação da Ordem, creio. Acho que foi bem compreensível, pois se ativeram aos diplomas emitidos naquele ano, enquanto eu já fora atendido em fins de 2016. Vou ser franco, gostei, pois se fosse festivamente contemplado, ficaria obrigado a comparecer e a convidar familiares e amigos. A despeito da significação do ato, seria mais uma homenagem por tempo de serviço e por idade, coisa que não me deixa muito animado. Acredito que recebi minha carteira da OAB na secretaria da entidade ou, se alguma pequena solenidade houve, nos primórdios de 1971, fui sozinho para recebê-la. Não é que eu não dê importância, dou, sim, mas não a ponto de ficar muito contente e de convidar pessoas. Se houvesse um campeonato brasileiro de advocacia e eu fosse o campeão, lá por 1980, por exemplo, praticamente ninguém se lembraria do feito. Se muita gente não consegue lembrar, hoje, nem do nome dos deputados em quem votou nas últimas eleições, como esperar que se lembre de fatos assim? Vou, como desafio, citar alguns nomes ilustres, de dimensão regional ou nacional, simplesmente para testar o nível de recordação histórica, relativamente recente: Divaldo Suruagy, Manoel Braga Gastal, Hugo de Abreu, Justino Alves Bastos, Justino Albuquerque de Vasconcellos, Carlos Felberg, Eduardo Faraco, Adauto Lúcio Cardoso, J.G. de Araújo Jorge e Márcio Moreira Alves. Os da minha geração deverão conhecer, ao menos por alto, a grande maioria. E os demais? A vida é assim, tudo passa, cada um no seu quadrado e está mais do que bom.