Os caminhoneiros estão certos
Sabemos que 64% do transporte de mercadorias em nosso país são realizados por mais de 2 milhões de caminhões movidos a óleo diesel, que beira os 4 reais. Levando-se em conta que uma carreta bitrem a cada quilômetro consome um litro, uma distância percorrida de 1000 quilômetros consumirá 1000 mil litros totalizando do final das contas 4 mil reais, sem contar o desgaste de peças e de pneus. O prejuízo é certo para as empresas transportadoras e autônomos, donos de caminhões. Conforme o Sindicato dos Caminhoneiros, o preço do óleo diesel vem subindo acima da inflação no ultimo ano e inviabilizando o transporte de cargas.
Devido o Brasil não ser autossuficiente na produção de petróleo, o aumento na cotação do petróleo no mercado internacional é repassado aos caminhoneiros com juros e correção monetária. Outro fator que influi na alta dos combustíveis é a carga tributária mais alta do planeta em torno de 50%, que inclui impostos como PIS/Cofins, Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico). E para piorar a situação, ainda pagam pedágios. Em outras palavras, estão pagando para trabalhar. O aumento dos combustíveis afeta a economia no geral gerando inflação.
Diante da falta de negociação com o Governo, os caminhoneiros paralisaram suas atividades desde o dia 21 de maio. Uma greve que atinge 25 estados e vem causando problema no reabastecimento de mercadorias em vários setores da sociedade, como supermercados, hospitais e transportes de passageiros. Querem a redução de impostos publicada no Diário Oficial da União. Autoridades governamentais falam em locaute, ou seja, uma paralisação mantida por empresas e transportadoras. Mas, pelo visto, a paralisação é geral.
A Advocacia-Geral da União (AGU) entrou com uma liminar no Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando a ilegalidade da greve. O STF deferiu a liminar e autorizou o uso de força policial para desbloquear as rodovias e estipulou multas de R$ 100 mil por hora para empresas e transportadoras e R$ 10 mil por dia para cada manifestante que não desobstruir o trânsito. Mas o problema não é o bloqueio das rodovias, são os caminhoneiros que inconformados cruzaram os braços. A paralisação deve continuar! A solução é o Governo Federal negociar com os caminhoneiros e reduzir a carga tributária sobre os combustíveis. É preciso haver justiça!