MOVIMENTO DOS CAMINHONEIROS
Quanto ao chamado movimento dos caminhoneiros, que está parando o país, tenho de refletir, pois me restam dúvidas. Vejam bem, sou simpático e solidário ao caminhoneiro autônomo, o batalhador de sol a sol ou de lua a lua. Por outro lado, não acho justo que a sociedade inteira vá pagar a conta de mais uma fraqueza governamental que favoreça grandes transportadoras, proprietárias de centenas de caminhões. O problema deste país é o tamanho fiscal, segundo tenho escrito a respeito. Ninguém suporta a voracidade tributária com tão baixo retorno. Citar países desenvolvidos é piada, de muito mau gosto, a propósito. O Governo, por seu turno, não contém o desperdício e o mau uso do dinheiro público. Compreende-se toda e qualquer indignação empresarial ou obreira, mas é preciso pensar em quem vai pagar a conta final dos entreveros. Todos admiram o trabalho dos nossos aguerridos caminhoneiros neste território de péssimas estradas e enorme insegurança. Eles não podem ser prejudicados. Mas os grandes grupos econômicos também não podem obter conquistas que acabem por nos onerar mais ainda como sociedade em crise, frágil e muito pouco organizada.