BONS ARGUMENTOS

Certa feita, meu avô PEDRO DE AZEVEDO CONCEIÇÃO, estava mateando no alpendre da casa-sede da fazenda, lá no Itaqui, quando apareceu a cavalo o capataz de uma fazenda lindeira. Índio novo, xucro, cheio de razão, veio petulantemente reclamar do Vô que seu gado estava a derrubar a cerca, causando prejuízos ao vizinho e que aquilo não podia ficar assim. Vô Pedro, já veterano, tomou mais um gole da boa erva e pediu ao índio exaltado que o esperasse um minutinho, pois havia esquecido algo. Voltou com o revólver 38 na cintura e saiu a interpelar o vivente, que logo se desmanchou em singelas escusas e ponderações, assegurando que ele próprio iria resolver adequadamente o problema e que Vô Pedro não se preocupasse. Passar bem, obrigado, grande prazer em vê-lo. Bons argumentos são irresistíveis.