A DESIMPORTÂNCIA DO VELHO

Meu velho pai, antes de aprender que, depois de mais velho e aposentado, o sujeito deixa de ter importância, dava-se ao trabalho simplório, coitado, de desfilar certos cargos e funções para tentar despertar atenção: “Fui Deputado Estadual, Diretor-Geral e Secretário-Substituto da Saúde do Governo do Estado, Ministro do extinto Tribunal de Contas de Porto Alegre, etc.” Depois, descobriu que a coisa funcionava no “canelaço” mesmo. Eu faço o seguinte: “Aqui é o José Pedro”. E ponto final. Na verdade, pelo meu tom, estou dizendo claramente que EU SOU O CARA e azar é do goleiro. Parece besteira, mas tem funcionado muitas vezes. E jamais pintei cabelo, como fazia o “velho”, inclusive porque não tenho.