A NOSSA VIDA É UM BANQUETE
Olha, até emagreci, tenho comido pouco, mandei até fazer mais dois furos no meu cinto. Mas comer é bom demais. Em casa, em restaurante, na casa dos outros. Sim, os restaurantes aumentaram os preços nos últimos tempos, mas agora estão na “encolha”, clientela arredia, devagar, exigente. De qualquer modo, se calcular em dólar, podemos perder em sofisticação, mas somos vanguardeiros em qualidade e sabores. Ontem, por exemplo, fui com meu irmão ao GAMBRINUS reapreciar um prato clássico de costela de gado com aipim cozido. Nada mais singelo e local. Mas a carne estava se desmanchando, saborosíssima, e, o aipim com molho, imbatível. Hoje, meu irmão veio almoçar aqui em casa. Dona Núbia preparou, dentre outras preciosidades, pimentões verdes recheados, com páprica defumada, pirê e arroz, de tirar o fôlego. Dia desses, ela se enganou e, em vez de páprica, temperou com pimenta malagueta em pó. Gostoso até ficou, mas pegou fogo. Aqui no pago, quando não tem nada pra comer, rola um churrasco (alguém faz, não sou do ramo), um feijão com arroz e ovo frito, uma pizza ou um bauru gourmet. Não dá pra morar noutro país, né? E nem falei em paleta de cordeiro. Tem quem gaste em gorjeta para garçom o que a gente paga em casa por um maravilhoso Xis-completo. É ou não é? Nem estou levando em conta as delícias que curtimos em Gramado ou nos restaurantes mais sofisticados aqui da urbe, que não freqüento muito. Prefiro tudo em casa, bebendo à vontade e fumando bastante. Então, se você gosta de um pastel de carne ou palmito, de bolinhos de arroz com banana, de aipim frito, couve-flor à milanesa, bolinho de batata, coisas, enfim, da “vieille cuisine”, fica por estas bandas e manda brasa. Um Sushi pode cair muito bem, mas deixa o ceviche para quando for ao Peru.