O SANTO É DE BARRO

Quando digo que não me empolgo com os eventos políticos ou judiciários da atualidade, não significa que não me interesso. Não. Manifesto tão somente absoluta descrença no “status quo”, ou melhor, na cúpula ou na maior parte dos representantes do Sistema, forjado em valores ou contas de crédito e débito – ideias e práticas ultrapassadas, obrigações e dívidas de natureza diversa – que só o passar do tempo poderá sepultar. Tudo pode acontecer, inclusive o não acontecer. Vale lutar com idealismo, seja de que lado você estiver, mas transformações mais importantes, só prometem solução confiável por ação das gerações mais jovens e de novas lideranças emergentes ou a emergir. “Quousque tandem abutere, Catilina, patientia nostra? Quam diu etiam furor iste tuus eludet? Quem ad finem sese effrenata iactabit audatia?” As CATILINÁRIAS foram denúncias de Cícero contra Catilina, pronunciadas no Senado Romano, em 63 a.c., há mais de dois mil anos. O homem, sem dúvida, evoluiu, desenvolveu-se, obteve notáveis conquistas, mas devagar com o andor que o santo é de barro. Há muito chão ainda a percorrer. Mas, acredito, em tempo bem menor do que a nossa história registrou.