O COMANDO DA FAMÍLIA
Desde os tempos em que o Código Civil assegurava ao homem a chefia da unidade familiar, por mais autoritário e dominador que fosse o cônjuge varão, para repetir o linguajar horroroso do Direito, à mulher sempre, em última análise, incumbiu a função de cimentar as relações familiares e de desenvolver os vínculos de afeto com parentes e amigos. Meu pai foi um chefe de família tradicional, com muita autoridade, mas foi minha mãe que soube efetivamente congregar filhos, noras, netos, parentes em geral e amigos. E isto que não era pessoa de muito se expandir. Era até bastante individualista. Assim também ocorreu com minha ex-mulher e é com minha atual mulher. E com a imensa, esmagadora, maioria que conheço. Evidentemente estou escrevendo sobre pessoas casadas ou seriamente comprometidas. A mulher, de um jeito ou de outro, abertamente ou com muita sutileza, influencia e pauta a freqüência das relações humanas e o nível de convívio social da família, dos filhos ao marido, sem choro e nem vela. Não se enganem os homens. Não é questão de inteligência ou vontade, é a manifestação de forças naturais, telúricas, que conferem superpoderes ao gênero feminino e que, às vezes, muitos homens não percebem ou custam a notar. Com esforço, podemos alcançar o estado de co-gestores, eventualmente.