A falta de empatia
As pessoas olham para os seu umbigos. Não no sentido de auto-adoração, mas muitas vezes como um exercício de egoísmo. E, aos poucos, perde-se a capacidade de olhar o próximo, de ter empatia.
Muitas vezes, um abraço, uma palavra carinhosa pode salvar uma vida, dar uma esperança que seja. Mas deixamos isso escapar porque estamos preocupados com a foto que vamos tirar para alimentar as redes sociais.
Às vezes, ignoramos quem se aproxima da gente, querendo apenas um gesto de amizade.
Somos tão bons em textos longos sobre paz mundial, mas não conseguimos enxergar quem está do lado e precisa de ajuda.
O mundo depende de nós, do que fazemos no dia a dia, do quanto podemos ser humanos em uma época de atrocidades.
É preciso sair do egoísmo, do orgulho, das ideias pré-fabricadas, para entrar em contato com o outro e ver as peculiaridades do seu mundo. Estar aberto para isso demonstra uma imensa capacidade de ser humano, de ser solidário.
O mundo carece da nossa atitude benevolente. Do nosso espírito de disponibilidade quando precisam de nós. O mundo precisa de pessoas que sabem ouvir.
Cada vez mais vejo a solidão imperar e corroer pessoas que só precisavam ser ouvidas. A solidão continua a ser o mal dos novos tempos. Todos em seus próprios mundinhos, brincando de likes e dedos deslizando pelas telas. E alguém do lado esperando apenas tato, algum toque, algum afago.
A cada momento que você vive o seu mundo, alguém espera um abraço em alguma esquina do abandono, onde olhares fizeram vista grossa e ignoraram alguém que era apenas um irmão com frio em tempos de ventanias de indiferença.
Não lamente quando o outro desiste. Já que você mesmo desistiu de olhar para o outro!