A MORTE É TABU?

A boa participação dos leitores no meu último texto A VELHICE PROBLEMÁTICA, no FACE e no site RECANTO DAS LETRAS, demonstra como certos temas-tabu são significativos. Afinal, tudo o que diz respeito a grandes interesses comuns mexe, de algum modo, com a gente, como vida e morte, sexualidade, dinheiro, saúde, beleza, profissão, sucesso e por aí se vai. Já palmilhei todas estas sendas, bem ou mal, mas não se pode deixar à margem o que é essencial à condição humana. Uns alcançam com a música, eu tento com a letra mais fria. Nunca faz mal refletir a respeito. O floreio romanceado tem o condão de tornar mais sutil a temática, que, numa crônica ou artigo, demanda certa objetividade. De resto, não coloco a cruz nas costas de ninguém, pois sou eu próprio que explicito o modo de ver e de sentir, sem meias palavras. Não sou pessoa organizada, no máximo, tenho manias Por exemplo, há muitos anos, faço e periodicamente reviso orçamentos, como se fora uma empresa, a despeito de raramente ter anotado despesas em canhotos de cheque (de uso raro atualmente) ou de me preocupar com pequenos dispêndios. Meu controle é mais amplo, sem miudezas, mas não critico quem o faça. Portanto, não é um transtorno obsessivo-compulsivo. Salvo quando viajo, confiro diariamente, pelo PC, extratos bancários, cartão de crédito e aplicações financeiras. Também não chega a ser TOC, possivelmente seja coisa de aposentado com pouca ocupação, não tenho certeza. Já escriturei testamento e escrevi textos de DISPOSIÇÕES DE ÚLTIMA VONTADE, há anos. Coisa de homem previdente, nada de morfético. Sobre a questão da VELHICE PROBLEMÁTICA, já conversei várias vezes com a mulher e os filhos, de modo leve e tranqüilo, mas verdadeiro sempre. Creio que sabem muito bem de minha rejeição a uma velhice dependente e sem graça, quando e se isto acontecer. Jamais me ocorreu pedir algo que os constrangesse. Enfim, como ainda sou novo, minhas colocações têm apenas características filosóficas e especulativas. O convite à reflexão está implícito. Como já disseram, no futebol, o gol é apenas um detalhe. A morte também.