A VIDA É UMA VIAGEM

Estava agora a refletir sobre minhas vivências, mas tem sido difícil fazê-lo bem sem escrever. Como não são coisas de foro íntimo, ou seja, reservadas, posso também publicá-las para que fiquem como registro histórico, talvez algum neto se interesse no futuro. Não é novidade afirmar que a gente conduz a vida segundo as circunstâncias. Como se modificam, portanto, nossas maneiras de usufruí-la! Muito é devido ao nosso jeito de ser, mas o peso da condição existencial é bastante expressivo. Separei-me aos 42 anos, depois de 17 anos de casado, com dois filhos adolescentes. Fui residir num apartamento de solteiro, onde vivi 22 anos. À época, trabalhava bastante e o meu tempo de lazer era dedicado aos filhos e, obviamente, aos desafios sociais do estado de solteiro. Férias, em Xangri-lá, mais tarde, também em diferentes praias de Santa Catarina, quando também participavam os filhos. Só para verem como muda a vida, em 22 anos, devo ter ido umas 6 ou 7 vezes a Gramado em Congressos ou quando tinha namorada firme. Os filhos já estavam mais crescidos e tinham as suas programações para o tempo livre. Cito isto, porque gosto tanto de Gramado e região que lá comprei apartamento há 5 anos. Eventualmente, íamos à fazendola aprazível de meus pais na Barra do Ribeiro, mas Xangri-lá predominava, como nas animadas viagens para os feriadões de Páscoa, feriadões que encolheram. Em 1997, fui à Europa, por 17 dias, creio, e, antes disso, passei um carnaval de oito dias em Punta Del Este. Foi o máximo em matéria de viagem ao exterior. O apelo local era bem mais forte. Só voltei a viajar, agora com Andréa, em fins de 2003, quando passei o Réveillon em Buenos Aires. Minha segunda vida de solteiro havia terminado e naturalmente o “modus vivendi”.