FACEBOOK E LONGA VIDA
O FACEBOOK é um espaço virtual de convívio muito interessante. Redescobri, por seu intermédio, pessoas importantes na minha história de vida, que, de outra forma, possivelmente não encontraria. Estreitei antigos vínculos e fiz novas e interessantes amizades, que prezo tanto quanto na vida real, acredito. Como lecionei para muitos, pude aqui reconquistar parte deles, o que é motivo de grande contentamento. Como gosto de escrever, aceitei e convidei pessoas não tão íntimas, contando com o estímulo de algumas tantas. Nas minhas páginas, afortunadamente, conservo amigos dos mais diversos estados e de países, inclusive parentes que não conheço pessoalmente, ou conheço pouco. Ademais, é uma distração para quem gosta de tomar um vinho tinto e só dormir na madrugada. Muitas informações aqui recolho, antes mesmo de jornais eletrônicos e telejornais, além de inteligentes opiniões. Do besteirol, ninguém escapa. Não fomento discussões descabidas, mas costumo expressar sem rodeios o que penso, nos espaços e momentos adequados, respeitando sempre convicções alheias. Mas tem um negócio engraçado, por um lado, triste por outro, que a massificação e a superficialidade acarretam. Refiro-me, neste passo, às pessoas já falecidas, inclusive há alguns anos, com suas páginas ainda preservadas a título de memorial e que continuam, mortinhas da silva, a receber dos “face amigos” cumprimentos efusivos de aniversário ou Natal. Como procuro ter cuidado com isto, não me agrada ver os que já partiram sendo objetos de tais “gentilezas”. Dá uma impressão ruim de coisa mecânica e, no fundo, de desinteresse pessoal. Quando eu bater as botas, por favor, não esqueçam este pequeno detalhe e não fiquem me almejando saúde e longa vida no dia em que faria aniversário. Eu não vou estar nem aí, mas talvez a mulher, os filhos, os netos e os irmãos achem um tanto estranho. A internet não dá garantia eterna.