VIAJANDO BARATO OU NEM TANTO
Quanto mais jovem, menos você gasta teoricamente em viagem, pois aproveita mais facilmente os esquemas de vôos disponíveis em promoções ou com milhas, transporte público nos países visitados, hotéis e restaurantes mais simples. Já viajei de todos os modos, menos viagem de luxo, que também não me empolga muito, tirante o desfrute de primeira classe em avião. Quanto mais avança o tempo, mais exigente e preguiçoso você fica: dias especiais e horários para a ida e para a volta, “transfer” assegurado, hotéis confortáveis, restaurantes e bares de melhor nível, vinho de qualidade, táxi, espetáculos de sucesso e por aí segue o baile. De qualquer modo, com um mínimo de planejamento, tudo é possível, já que são boas as condições de pagamento ofertadas. Mas é necessário certo cuidado para não comprometer o dia a dia, em nome da ânsia de abraçar o mundo. Gosto de visitar as cidades caminhando, com calma, sem ficar pulando excessivamente de galho em galho. A resistência física não é a mesma de outros carnavais, embora não seja má. O grande problema é ajeitar as coisas importantes do convívio habitual, que ficam em suspenso por períodos mais longos. Não é tarefa tão fácil quando se tem vida arraigada, com vários interesses e conveniências, mais três cachorrinhos Poodle apegados, por exemplo. Não é só arrumar a mala e fechar a porta do apartamento. Aliás, bastante gente nem gosta de viajar. Para quem curte, aproveitem as oportunidades e boa viagem. Tenho vários amigos que enfrentam qualquer parada, percorrem o mundo até de automóvel e adoram. Acho legal, creio que é bastante em conta, mas me incluam fora dessa. Aí, reagiria como aquele motorista de empresa onde trabalhei e que, há anos, foi buscar autoridade em Bombinhas, em Santa. Perguntei-lhe: “Que tal Bombinhas?” Ele não vacilou: “ É bonita, mas sou mais o meu Quintão”.