65- CRONICANDO COISAS DO ZAP... Um Shopping em Picuí

Sou um aspirante a escritor e, nas horas vagas (oito horas por dia), sou servidor público. Trabalho em uma cidade do interior, a 250 quilômetros da minha casa. Desta forma, enquadro-me na estatística da migração pendular: de segunda a sexta Picuí e fins de semana, feriados, imprensados, fico com a família em João Pessoa.

Picuí tem em torno de 20.000 habitantes e uma extensa área rural. É a cidade da carne de sol. Sol não falta mas, a carne quase está indo embora. Se não chove não tem capim. Se não tem capim não tem gado. Se não tem gado, de onde vão tirar a carne?

Como toda cidade pequena do interior, tem uma grande igreja com uma grande praça com um relógio e, por analogia, se chama a praça do relógio. O comércio gira em torno dos servidores públicos. Três bancos públicos, um batalhão de polícia, uma futura instalação do INSS e o IFPB movimentam o aluguel de casas, restaurantes e bares. Mas, agora os picuienses vão ganhar um empreendimento que fará as cidades circunvizinhas ficar babando: um shopping.

Sala de cinema, 80 lojas, restaurantes com uma praça de alimentação. Essa é a notícia que está movimentando os grupos de zap. Já existe agência de emprego recolhendo currículos e fazendo inscrição para cursos de treinamento para qualificar os futuros contratados. É uma animação só.

O prefeito já falou que isso será a maior conquista dos últimos 50 anos no Seridó da Paraíba. O ex-prefeito já disse que o projeto foi idealizado por alguns empresários com a gestão passada. Pelo jeito, todos querem tirar uma casquinha do empreendimento.

Acabo de receber no zap as maquetes do futuro empreendimento: Picuí Shopping. Perfeito. Até ficaria feliz com a novidade, mas não. Estou rindo e surpreso. Tudo isso não passa de uma brincadeira feita num grupo privado de zap e que “vazou”. A coisa criou uma dimensão que não deu mais para desmentir. Falar o que para o povo? Os políticos estão brigando!!! Falaram que até o governador estava vindo visitar a cidade.

Sei não. De repente, até rola mesmo o shopping. E tudo começou com uma brincadeira.

(texto ainda sem revisão da minha editora (Aline)).