CIDADE MARAVILHOSA
Já não se tem a ótica a contemplar o barquinho a deslizar num dia de luz,pois já não se tem mais festa do sol.
A garota de Ipanema, já não desfila sob o olhar do poeta inspirado,que a elevou a símbolo da bela (e extinta) Guanabara de outrora.
A princesinha do mar, "hoje plebéia solitária", lamenta por não ter mais a brisa a cantar.
Nos morros,sob o comando das patentes reluzentes transformadas em melicias, o povo segue, sendo oprimido sem nada poder falar,pois, de fato, não existe bala perdida, pois está sempre acaba achando uma vitima inocente para abater. O estampido sim, esse é perdido, mas o projétil e o dedo que aciona não.
O toque de recolher só é quebrado, quando irrompe o caveirão ostentando poder bélico sem mais intimidar quem vive do crime declarado diuturnamente por toda extensão da cidade, que não mais é (ou Há tempos deixou de ser) tão maravilhosa.
Do leme ao pontal como cantou o poeta,vê-se apenas o que se tem pra mostrar, Ja sem o brilho harmônico e tão melódico que antes fora descrita na canção.
O Rio de Janeiro,fevereiro e Março,já não tem mais o Abelardo Barbosa.
O trem sujo de Leopoldina correndo correndo ainda parece dizer: Tem gente com fome, tem gente com fome, tem gente com fome.
E eu, tão longe das coisas que ainda me fascinam por la,sigo memorizando com saudade em busca dos versos de Solano Trindade deixados impregnados pelas ruas do tão belo Rio de Janeiro,terra bendita pelo Cristo redentor, vigiado sob a guarda de São Sebastião
"INSPIRADO NO POEMA DE CONRADO MATOS"
Carlos Silva
Caldas de Cipó -BA
07/02/2018