(Imagem do Google)
USA
Confesso que os Estados Unidos não preenchiam a página de minha agenda relacionada a alguns países que um dia quisera conhecer.
Meados de 2012, sem tanto entusiasmo, fui à terra de Frank Sinatra, admirador do nosso Tom Maior. Poderia até ter apeado na fascinante Colômbia, durante a escala.
Fomos mães com filhos e sobrinhos tortos, pois os meus são netos únicos, não tenho sobrinhos. Ao desembarcarmos, o carro já estava à nossa espera; automático, todo pomposo e diga-se, potente até demais para uma turista recém-chegada, encabulada.
No início causou-me certa estranheza, embora aventura maior eu já experimentara, ao transitar em um passado recente pela BR 262, mão única, sem acostamento e buracos brotando a todo quilômetro percorrido , defrontando-me também não com as curvas “livres e sensuais” de Niemeyer, e sim com as sinuosas de Pará de Minas a Pitangui, no Centro Oeste Mineiro.
Passou-se a euforia dos jovens à chegada, e já no dia seguinte, um pouco mais íntima daquele automóvel, saímos para conhecer a cidade. A tradução das vias de trânsito ficaria a cargo daqueles que sonhavam em conhecer a terra do Tio Sam.
Os parques temáticos causaram -me enjoos ao presenciar baleias, golfinhos num adestramento de sensibilizar qualquer latino que tenha vivenciado a ignorância e autoritarismo em tempos modernos!
Mulheres e homens acima do dito peso ideal, eram guiados em carrinhos tamanho G e a primeira impressão que tive foi a seguinte:
- será que estão todos debilitados?
-Não, eram habilitados comodistas.
E a variedade de sabores e cores da fanta? Azul anil, rosa choque, vermelha , et cetera e tal…
Mercados coloridos, embalagens grandiosas, estreitas vitaminas, contrastando com as nossas conterrâneas goiabas, jabuticabas, maracujás, abacaxis, que ninguém nos ouça por aqui!
O passeio às praias cinzentas de Daytona não mereceria destaque.
Rendi- me ao trânsito da pátria americana, nenhuma buzina, respeito incondicional à sinalização de todo e qualquer semelhante. Guiavam civilizadamente, não são adeptos do “ Fé em Deus e Pé na Tábua”, muito bem escrito pelo antropólogo Roberto DaMatta.
Recentemente, esbanjaram sabedoria ao esquivar-se da fúria do Irma. Despedindo-se de seus aconchegos , transitaram pelas avantajadas e aveludadas pistas, pacientemente, ninguém sequer nos acostamentos, respeitando as dores , velocidades e incertezas de cada um!
Suponho que uma pequena parcela do nosso povo estaria à frente no quesito alimentação saudável em relação à nação mais poderosa do planeta, entretanto ao conceituarmos conotativamente o vocábulo terremoto, somos assíduos freqüentadores dos pódios, colecionando mais ouro que prata , o bronze aqui seria a mais pura e exuberante esmeralda colombiana.
Em 2015, não houve escala, corpo e alma revestidos para uma hospedagem de dez dias na receptiva terra de Gabriel Gárcia Márquez, Fernando Botero e também de um outro, Escobar...