O BOBÓDROMO E OS VERANEIOS GÚCHOS

Na crônica sobre veraneio de gaúcho que copiei e divulguei há alguns dias na minha página - aliás, muito bem escrita por um colega – poderia ter sido escrito um ou dois parágrafos sobre o BOBÓDROMO. Não sei se ainda existe ou se “modernizou”, mas foi a grande marca adolescente de verão das gerações de 70 e 80, pelo menos. Não havia nas gerações anteriores, notadamente na minha geração, inclusive pelo fato de que os veraneios não congregavam tanta gente. O BOBÓDROMO atraia toda gurizada festeira, lá pelas 11 da noite, até altas horas, no meio da rua - nos primeiros tempos bem no centro de Capão da Canoa, mais tarde na região da praça central de Atlântida – dos 13, 14 anos pra cima (não muito). Por ali bebiam, encontravam amigos, diziam bobagens, faziam pose e, sobretudo, paqueravam. Tudo muito baratinho e à vontade. Os pais, seguidamente, levavam os filhos, mas tinham de largá-los mais longe para que não fossem flagrados em condição depreciativa. Lembro que, muito confiante em meu filho, permitia seguidamente que ele fosse com o meu próprio carro, dirigindo, aos 16 anos de idade. Se agi errado, acabei acertando. Enfim, o BOBÓDROMO era um formigueiro de adolescentes se querendo e ensaiando os primeiros passos da sedução. O nome vem justamente da impressão que deixava em alguns mais velhos de que era um festival de abobados, que não sabiam bem o que faziam e o que desejavam. Ledo engano. Várias vezes fui espiar o entrevero e sempre achei um baita programa pra eles, mesmo durante a semana e com chuva. A importância de tal acontecimento relacional bem jovem é que quase ninguém queria abdicar de nossos balneários e poucos cogitavam, então, da Praia do Rosa, Bombinhas, Garopaba ou da Ferrugem.