" ESCREVER É VIVER'
Quando criança meu falecido pai Ramon Aureo Garcia me perguntou se o infinito existia...
Eu, uma menina de oito anos assim respondi à questão por ele formulada:
- Existe sim, papai. O infinito mora no coração dos poetas.
Sempre gostei de poesia e na infância sonhava entrar para confraria daqueles sábios encantados e encantadores. Achava que com tal proeza estaria vencendo meus próprios limites, adentrando a um terreno místico e para tantos proibido.
Cresci ouvindo minha saudosa mãe Yvonne Ferraz Rocha Garcia tocar piano e meu pai Ramon tamborilar os dígitos da máquina escrever. Era uma divertida onamatopeia que jamais esqueci.
Em mim a redação técnica de meu pai eternizou-se (em minhas petições) e das claves sentidas de mamãe retiro a substância para o que mais gosto de fazer em minha vida: escrever.
Meus textos não me garantem o sustento material, mas em cada símbolo gráfico encontro as necessárias forças para prosseguir em minha peleja.
Sou apaixonada pela palavra e por ela sempre fui correspondida... Elas não hesitam em se unir em cirandas, e assim meus contos, crônicas, poetrixs, poesias e prosas poéticas vão se formando.
Música e poesia regenaram a alma. Impedem o aparecimento de doenças, diminuem as potências dos dissabores ao nos conduzirem ao mundo onde a quase perfeição impera.
O piano é um ente libertário e libertador. Tranquiliza, acalenta, apazigua... É o instrumento da vida que merece ser vivida. Ao lado da poesia traduz o inexprimível apenas conhecido no âmago de nossa alma, que por instantes ganha a liberdade...
E assim a vida cumpre o seu destino: a felicidade!