Síndrome de vida

Pouco sei quando se desenvolveu, e só percebo-a quando em pânico entro por saber que estou presente. Os sintomas são gravíssimos, de sentir os planos definharem e até mesmo suicidar os que acabo de inventar. O estranho é pensar que estou doente, há pouco tempo estava decente. Forte encontrava-me, discursando que tudo seria sucesso frequente; agora, nem as certezas que passaram, sobraram. Tudo transparece perigo, até conhecer esta doença me parece mais infeccioso.

Todo dia acordo e tenho que trabalhar. Mas não é no emprego, porque nem isso sei conquistar. Porém, não se engane, não são de negativas que meu sujeito se sustenta, são das poucas certezas que ainda se apresentam. Levanto e sempre penso que é agora o momento, entretanto... Já, já, irei recuar. Dúvidas, e até uma pobre incerteza, podem me lesar. Então, nem sei para quê meu corpo se desenvolveu tanto, deve ser apenas para mais espaço ocupar.

E as palavras aprendi a conjugar, as letras a desenhar, mas as frases e textos não consigo contextualizar. Estou perdido neste lugar, a incoerência não sei em quem está. Penso, penso e penso, e mais achacoso hei de ficar. Queria dizer para ela me ajudar, mas ele pede para mim procurar o meu lugar. Assim, minha estadia neste lugar mais fugaz há de se tornar.